A taxa de juros do cheque especial continuou a subir em abril. De acordo com dados do Banco Central (BC), divulgados nesta quarta-feira, o índice subiu 7,9 pontos percentuais, de março para abril, para 308,7% ao ano. Esse é o maior patamar da série histórica do banco, iniciada em julho de 1994.
Continua depois da publicidade
Já taxa de juros do rotativo do cartão de crédito caiu 0,8 ponto percentual. Mesmo assim, continua sendo a mais alta das taxas pesquisadas pelo BC. Em abril, a taxa ficou em 448,6% ao ano.
O rotativo é o crédito tomado pelo consumidor quando paga menos do que o valor integral da fatura do cartão. Essa é a modalidade com taxa de juros mais alta na pesquisa do BC.
Leia mais
Desemprego cai, mas segue acima de 10% na Região Metropolitana
Continua depois da publicidade
Meirelles só anunciará titulares de bancos públicos na próxima semana
Após proposta de extinção de fundo, ação do BB cai mais de 5%
O índice médio das compras parceladas com juros, do parcelamento da fatura do cartão de crédito e dos saques parcelados subiu 4,8 pontos percentuais e ficou em 150,7% ao ano.
A taxa do crédito pessoal subiu 4,6 pontos percentuais para 130,8% ao ano. Já a do crédito consignado (com desconto em folha de pagamento) caiu 0,2 ponto percentual para 29,7% ao ano.
Além disso, a taxa média de juros cobrada das famílias subiu 1,6 pontos percentuais, de março para abril, quando ficou em 70,8% ao ano. A inadimplência do crédito, considerados atrasos acima de 90 dias, para pessoas físicas ficou estável em 6,2%.
No caso das empresas, o índice de inadimplência ficou em 5,1%, alta de 0,2 ponto percentual. A taxa média de juros cobrada das pessoas jurídicas permaneceu estável em 31,1% ao ano.
Continua depois da publicidade
Esses dados são do crédito livre, em que os bancos têm autonomia para aplicar o dinheiro captado no mercado e definir as taxas de juros.
No caso do crédito direcionado (empréstimos com regras definidas pelo governo, destinados, basicamente, aos setores habitacional, rural e de infraestrutura), o índice de juros para as pessoas físicas ficou em 10%, queda de 0,1 ponto percentual. A taxa cobrada das empresas caiu 0,3 ponto percentual para 11,6% ao ano. A inadimplência das famílias ficou em 2,1% e das empresas em 1,2%, com alta de 0,2 ponto percentual.
Além disso, o saldo de todas as operações de crédito concedido pelos bancos caiu 0,6%, em abril, quando ficou em R$ 3,142 trilhões. Esse valor corresponde a 52,4% de tudo o que o país produz, o Produto Interno Bruto (PIB), ante o percentual de 53% registrado em março deste ano.
“A desaceleração no mercado de crédito se deve, principalmente, à retração do nível da atividade econômica, à elevação das taxas de juros e ao patamar reduzido dos indicadores de confiança de empresários e consumidores, que afetam negativamente a oferta e a demanda de crédito”, diz o relatório do BC.
Continua depois da publicidade