Os resultados de uma pesquisa realizada pela Fecomércio mostram que no mês de abril houve uma queda no percentual de famílias endividadas e daquelas que não terão condições para pagar suas dívidas em Santa Catarina. A taxa de endividamento das famílias catarinenses recuou 1,4 ponto percentual em abril, representando 77,7% das famílias.
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Esse declínio veio após um aumento de 0,4 ponto percentual de fevereiro para março, quando o indicador alcançou 79,1%. A Federação destacou que esse cenário pode ser atribuído à recente redução da taxa de juros para 10,75%, o que facilitou o acesso ao crédito e estimulou o consumo por parte das famílias.
Segundo a economista da Fecomércio, Edilene Cavalcanti Anjos, essa queda também está relacionada com o melhor planejamento financeiro das famílias e com a melhora do mercado de trabalho:
— Com mais oportunidades de emprego e, consequentemente, mais renda, há mais espaço no orçamento para quitar as dívidas. No primeiro trimestre deste ano, o comércio catarinense gerou 1,8 mil vagas de emprego, enquanto o setor de serviços gerou 26,5 mil. Então temos um momento de grande movimentação no mercado de trabalho.
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“Com mais pessoas inseridas no mercado de trabalho, é natural observar um aumento no consumo e nas compras parceladas, o que pode ter contribuído para o crescimento do endividamento das famílias”, destaca a Fecomércio no relatório.
A economista também destacou que o endividamento não é necessariamente um problema:
— O problema acontece quando as famílias deixam de honrar com as contas que fizeram e tornam-se inadimplentes. O endividamento mostra que, em certa medida, as famílias estão mais confiantes em relação à sua capacidade de compra e em relação à economia brasileira. Dessa maneira, vão às compras e fazem parcelamentos de curto, médio e longo prazo.

Tipos de dívidas
As dívidas das famílias catarinenses estão predominantemente concentradas nos seguintes tipos de crédito:
- cartão de crédito (88,3%)
- carnês (25,8%)
- financiamento de carro (13,1%)
- crédito pessoal (12,9%)
- financiamento de casa (10,6%)
- crédito consignado (9,2%)
- cheque especial (7,6%)
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Outras formas de dívidas representam 1,2% do total de endividamento, enquanto o cheque pré-datado representa apenas 0,2%.
Os programas de negociação de dívidas valem a pena?
Para as famílias que se encontram nesta situação, os programas de negociação de dívidas podem ser uma opção bastante positiva para enfrentar as dificuldades financeiras. Geralmente, esses programas oferecem a oportunidade de reduzir o valor total da dívida, com descontos sobre os juros e multas.
O economista e conselheiro do Conselho Regional de Economia de Santa Catarina, Alison Fiuza, explica que os programas como Desenrola Brasil e Serasa Limpa Nome podem proporcionar novos planos de pagamento, permitindo que os devedores paguem suas dívidas em parcelas mensais que se adequam melhor aos seus orçamentos.
— No entanto, é crucial analisar cuidadosamente os termos e condições desses programas, incluindo as taxas de juros e o impacto no orçamento familiar — alerta o economista.
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Para Edilene, os programas do governo de negociação de dívidas fornecem condições especiais, como descontos, prazos estendidos ou redução de juros. A especialista explica:
— A eficiência desses programas está muito relacionada com as condições econômicas e com a capacidade de pagamento das famílias. De modo geral, quando as condições de pagamento são facilitadas, as famílias têm uma tendência maior de honrar suas dívidas.
Como não se meter em dívidas
Alison explica ainda que para evitar o endividamento, é importante manter um controle do orçamento familiar, acompanhando de perto os gastos para garantir que não ultrapassem a renda disponível. Além disso, é essencial utilizar o cartão de crédito com moderação, sempre pagando o valor total da fatura para evitar juros elevados.
— Ter uma reserva financeira para emergências é fundamental para lidar com despesas inesperadas, como reparos domésticos ou despesas médicas, sem recorrer a empréstimos. Priorizar o pagamento à vista pode proporcionar oportunidades de negociação de descontos e evitar gastos desnecessários com juros. Antes de fazer compras de alto valor, como a aquisição de um automóvel, é prudente pesquisar as taxas de juros oferecidas pelo mercado para garantir as melhores condições financeiras — aconselha Alison.
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*Sob supervisão de Andréa da Luz
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