Desde 19 de abril, um homem internado no Hospital São José de Joinville não tinha nome nem visitas: ele havia sido encontrado inconsciente e sem documentos na rua em Balneário Barra do Sul, levado para o hospital em Joinville e, apesar da divulgação feita pela Prefeitura de Joinville para tentar encontrar alguém que o conhecesse, o paciente ficou sem identificação por mais de um mês. Há alguns dias, a equipe de papiloscopia do Instituto Geral de Perícias de Joinville solucionou o caso e encontrou os parentes do homem, que estava a pelo menos 1.400 quilômetros da família.

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O serviço de assistência social do Hospital São José havia lançado um informe com as características do paciente, um homem que aparentava ter entre 25 e 30 anos, tem pele negra, cabelos crespos e olhos castanhos, mede 1,70 metro de altura. E um detalhe importante: possui uma tatuagem no lado interno do braço direito, com a inscrição “Carmera”. 

A tatuagem foi crucial na identificação. O auxiliar criminalístico do IGP de Joinville, Carlos Felipe de Melo Costa, foi até o hospital para coletar as impressões digitais do rapaz (chamadas tecnicamente de “impressões datiloscópicas”). Os datilogramas foram inseridos no Sistema Automatizado de Identificação de Impressões Digitais (AFIS/SC), que buscou por padrões semelhantes no banco de dados, mas não teve sucesso na pesquisa.

Com o objetivo de auxiliar nas buscas, a papiloscopista Simone Macedo Ramos, da Gerência Mesorregional de Perícias de Lages, elaborou uma composição fotográfica — uma espécie de retrato falado — do rapaz para divulgação nas redes sociais. Mesmo assim, ninguém respondeu aos chamados do hospital para informar que conhecia o paciente.

Então, o auxiliar criminalístico Felipe Oliveira Moreira seguiu por outro caminho. Ele observou a tatuagem com nome feminino presente em um dos braços do homem e pesquisou por “Carmela” nas redes sociais. No Facebook, encontrou uma mulher com o mesmo nome presente na tatuagem e que possuía fotos com alguém com as mesmas características físicas do indivíduo não identificado. Ele encontrou em contato com essa mulher e outras pessoas relacionadas a ela. Com isso, identificaram que o homem seria morador do Espírito Santo.

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A papiloscopista Nathália Cristina Gonzalez Ribeiro entrou em contato com o Instituto de Identificação do Espírito Santo para solicitar o prontuário de identificação do homem. Elas foram confrontadas com as impressões digitais coletadas no hospital e apresentaram compatibilidade. 

Dessa forma, os parentes receberam notícias sobre o homem, que permanece inconsciente na UTI do São José. Segundo um de seus familiares, Nilson Gonçalves do Amaral tem 35 anos, estava vivendo como andarilho e não dava notícias à família há muito tempo. Agora, ele está internado no Hospital Bethesda, em Pirabeiraba.