O litoral de Santa Catarina é de uma exuberância ímpar. Tanto pelas suas belezas naturais, quanto pela presença de animais marinhos raros, como as tartarugas gigantes. Saiba mais sobre estes bichos também é conhecidos por tartarugas-de-couro, sendo que seu nome científico é Dermochelys-coriacea.

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Os nomes popular e científico da espécie vêm da textura de couro e da aparência de sua carapaça. Dermochelys coriacea, do latim, significa tartaruga de pele encouraçada.

Embora as tartarugas gigantes prefiram o litoral norte do Espírito Santo para suas desovas regulares, elas também já visitaram o litoral catarinense pra se reproduzir. A primeira desova foi no início de 2021.

Outro animal da espécie chegou à Santa Catarina em agosto de 2021. Nesse caso, o final não foi feliz. A tartaruga foi encontrada morta. Ela media 1,25 metro e pesava 225 quilos. Já tinha passado da fase juvenil, mas ainda não possuía as características típicas de um adulto.

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Características das tartarugas gigantes

Elas são gigantes porque têm dimensões imensas. No entanto, os tamanhos variam de espécie para espécie. O casco pode atingir até 182 centímetros de comprimento curvilíneo. O peso é incrível também: em média, pesam cerca de 500 quilos. Para se ter uma ideia, as nadadeiras dianteiras podem atingir mais de dois metros. Gigante, mesmo.

Feito de osso, o casco ou carapaça das tartarugas gigantes é formado por costelas curtas e não fusionadas, recobertas por uma camada de pele fina e resistente. Além disso, o animal possui milhares de pequenas placas ósseas subcutâneas. Normalmente é muito duro e forte. Por isso, seu nome popular é tartaruga de couro.

A maioria das tartarugas gigantes consegue esconder a cabeça, as pernas e a cauda dentro do casco para se proteger dos predadores.

Sua cabeça é proporcionalmente pequena em relação ao corpo. Ela é dona de uma maxila superior recoberta por lâminas afiadas em forma de “W”, bem apropriadas para a captura do alimento.

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E por falar em captura, apesar de todo o seu tamanho e peso, a alimentação das tartarugas gigantes é baseada em animais de corpo gelatinoso, principalmente cnidários, como as águas-vivas, caravelas e medusas. Essas duas pontas em “W” ajudam a capturar o alimento.

Cabe mencionar que as tartarugas gigantes não conseguem digerir peixes ou quebrar cascas de caracol e ostras, como é comum em outras espécies.

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Onde vivem as tartarugas gigantes

A maior população de tartarugas gigantes vive no atol de Aldabra, no oceano Índico. Lá, estão cerca de 100 mil exemplares. Mas não é apenas nesta região. Além do Índico, esse tipo de tartaruga habita zonas tropicais e temperadas dos oceanos Pacífico e Atlântico.

Elas vivem preferencialmente na zona oceânica durante a maior parte da vida. No entanto, pesquisas recentes mostram que, na fase adulta, essa espécie habita regiões costeiras. As tartarugas gigantes só chegam perto das praias na fase de desova, em sua época reprodutiva.

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De todo modo, como vivem em habitats insulares e em arquipélagos, as tartarugas gigantes são muito sensíveis a pressões ecológicas. Naturais ou provocadas pelo ser humano, essa espécie está sob ameaça. As tartarugas gigantes das ilhas Seychelles, por exemplo, estão extintas na natureza.

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A reprodução das tartarugas gigantes

No Brasil, a incidência mais significativa dessa espécie está no litoral norte do Espírito Santo. Mais precisamente na foz do Rio Doce, no município de Linhares. É para lá que nadam para se reproduzir e depositar dezenas de ovos nas areias das praias.

Aliás, as tartarugas gigantes são as que mais nadam. De acordo com os pesquisadores, nadam de 10 mil a 15 mil km por período de desova. É mais ou menos contornar, a cada dois anos, a América do Sul, indo ao Chile e voltar ao Brasil.

Outro fato intriga os pesquisadores. As tartarugas do Hemisfério Norte não nadam para o Hemisfério Sul, e vice-versa. As do Norte vão para as águas geladas do Canadá, cruzam o oceano até o continente europeu e voltam.

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Outras espécies têm períodos em que permanecem na costa, mas as tartarugas gigantes não porque têm comportamento migratório. Por esta razão, as tartarugas gigantes são a única espécie que não consegue ser mantida em cativeiro. Se isso for feito, elas ficam se debatendo e se agitando até morrer.

A costa de Santa Catarina também já foi procurada pelas tartarugas gigantes, o que tem intrigado os estudiosos. Trata-se de um movimento incomum. Tudo porque ​​essa espécie vive em locais de águas mais quentes, o que não é o caso do litoral catarinense.
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Criticamente em perigo de extinção

No Brasil, também, o risco de desaparecimento ronda a espécie. O Ministério do Meio Ambiente determina que o estado de conservação do animal é considerado “criticamente em perigo de extinção”.

Trata-se de uma categoria anterior à extinção propriamente dita. Por isso, qualquer ação da natureza ou do homem pode fazer com que a espécie desapareça para sempre.

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Tartaruga rara com mais de 200 quilos é encontrada morta no Litoral de SC
Tartaruga rara com mais de 200 quilos é encontrada morta no Litoral de SC (Foto: Divulgação/PMP-BS)

Antes da fase adulta, por exemplo, as tartarugas gigantes sofrem ataques de predadores, como as raposas, aos ninhos. Outra ameaça é a iluminação das praias. O excesso de luminosidade desorienta os filhotinhos e faz com que andem em sentido diferente, sem alcançar o mar.

Durante o ciclo reprodutivo, que ocorre de dois a três anos, cerca de 145 tartarugas são depositadas nos ninhos. Nesse momento tão especial, o monitoramento é fundamental para que a maioria das recém-nascidas sobrevivam.

E olha que maravilha: as tartarugas gigantes podem viver mais de 300 anos.

Espécies de tartarugas gigantes

Tartaruga gigante das Seicheles, já extinta na natureza;

Tartaruga gigante de Arnold;

Tartaruga gigante de Aldabra;

Tartaruga gigante de Galápagos e respectivas subespécies. Tartaruga-gigante-de-galápagos-de-pinta está extinta.

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Elas são dóceis, mas é melhor manter distância

Por seu comportamento migratório, é muito raro encontrar tartarugas gigantes na areia da praia, a não ser que ela esteja no período da desova. De todo modo, nunca toque nelas, porque são reconhecidamente dóceis, mas acuadas e para se defender, podem bicar.

Além disso, em nenhuma circunstância se deve pegar qualquer animal silvestre. Essa interação pode ser prejudicial para ambos por permitir a infecção por micro-organismos.

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