Quem estiver pela Praia da Barra da Lagoa, em Florianópolis neste domingo, poderá acompanhar a soltura de uma tartaruga marinha que passou duas semanas em recuperação na base do Projeto Tamar. A tartaruga-verde ainda não atingiu a fase adulta e foi capturada em uma rede de cerco por pescadores da região. Ela está com 22 quilos, mas pode chegar até 300 e atingir 1,5 metro nos 80 anos de vida que deve ter pela frente.
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Desde 2005 o Projeto Tamar estabeleceu uma base em Florianópolis, onde são realizadas atividades de educação ambiental além do tratamento de tartarugas que chegam doentes. No parque também estão 11 tartarugas de quatro espécies diferentes (existem cinco no Brasil). Elas foram criadas em cativeiro desde pequenas e a mais velha delas é uma cabeçuda com 29 anos de idade e 95 quilos.
A espécie de tartaruga-verde que será solta neste domingo é a mais comum no litoral brasil. Quando nova, ela costuma estar mais perto da costa e por isso acaba sendo capturada nas redes de pesca. No momento, a base do projeto em Florianópolis cuida de outras duas tartarugas-verde selvagens que estão em fase de recuperação para serem soltas.
– Elas estão bem, mas ainda precisam de mais tempo em observação – explica o biólogo Daniel Rogério, um dos monitores do projeto.
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Um dos sintomas mais graves que essas tartarugas apresentam é mal-estar por ingestão de lixo, que acaba sendo defecado muitos dias depois de ter sido ingerido.
– Essas três tartarugas que estamos cuidando chegaram razoavelmente bem até nós. Mas não é raro morrerem porque não conseguem expelir algo nocivo que ingeriram – avalia Rogério.
Outro grande perigo para as tartarugas são as redes mais finas ilegais que prendem o animal. Devido ao estresse por não conseguir se soltar e por ficarem imersas, elas podem morrer afogadas.
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Tartarugas no Brasil
Das sete espécies de tartarugas marinhas que existem no mundo, cinco ocorrem no litoral brasileiro. A maior é a tartaruga-gigante ou de couro. Adulta ela chega até 2 metros de comprimento e pode pesar cerca de 800 quilos. A mais comum delas é a tartaruga-verde, que pode pesar até 30 quilos e medir cerca de 1,5 metro. As outras espécies são a tartaruga oliva, tartaruga de pente e cabeçuda.
Fundado em 2005, a base do Projeto Tamar em Florianópolis iniciou os trabalhos em 2004 e completa 10 anos de pesquisa e cuidados com os animais. Das 11 tartarugas criadas na base catarinense, só não há a espécie da tartaruga-gigante. No Brasil existem 11 bases do Projeto Tamar e a base de Florianópolis é única da região sul, a mais próxima fica em Ubatuba -SP.
O Projeto Tamar nasceu em 1980 e se firmou como uma das mais bem sucedidas ações de conservação marinha do mundo. São desenvolvidas pesquisas científicas em todo o litoral brasileiro e ações de educação ambiental nas bases. Outra ação intensiva do projeto é o Programa Interação Tartarugas Marinhas e Pesca, que busca reduzir a maior ameaça às populações de tartarugas marinhas: captura por diferentes técnicas de pescarias. Além da conscientização para o uso de redes, os pescadores também são instruídos a como liberar ao mar sem ferir, ou trazer os animais para as bases do projeto, onde ocorre um processo de recuperação.
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> Conheça mais sobre o Projeto Tamar
Atividades no Projeto Tamar
Na alta temporada, o Projeto Tamar de Florianópolis fica aberto todos os dias da 10h às 19h.
Todos os dias às 11h:
– Hora do gelo: um técnica de enriquecimento ambiental, colocamos um peixe dentro de um bloco de gelo que é largado dentro do tanque. As tartarugas disputam o gelo para pegar o peixe.
Todos os dias às 11h30min e 16h30min
– Vistas guiadas por monitores que explicam o projeto e apresentam as tartarugas
De segunda a sexta-feira
– Alimentação das tartarugas às 15h30min
Sábado e domingo
– Alimentação interativa às 15h30min
Ingressos: R$ 10 e R$ 5 para estudantes, crianças até 12 anos e pessoas acima de 60 anos; crianças até 1,20m não pagam
Programe-se
Domingo – 15h
Soltura de uma tartaruga-vede na praia da Barra da Lagoa, em Florianópolis
Para acompanhar a soltura na praia não é necessário pagar ingresso.