Uma tartaruga-de-couro, também conhecida como tartaruga-gigante, foi encontrada encalhada viva em uma praia de Itapoá, no Litoral Norte de Santa Catarina. O animal está ameaçado de extinção e foi localizado por um morador do bairro Barra do Saí. As informações são do g1.
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Segundo o Projeto de Monitoramento de Praias da Bacia de Santos (PMP-BS), o caso é considerado “raríssimo” porque o animal estava vivo quando encalhou, já que geralmente eles aparecem mortos na costa. A tartaruga foi encontrada com ferimentos no olho, cicatrizes na cabeça e lesão na nadadeira.
O PMP informou que as escoriações podem indicar que o animal tenha interagido com artefatos de pesca e possivelmente afogado. Ela foi levada para o Paraná, onde teria melhores condições para o tratamento. No entanto, o animal não resistiu aos ferimentos e morreu.
Foi o primeiro caso em que uma tartaruga-gigante encalhou vivo na costa catarinense desde que iniciou o monitoramento pelo PMP, há cerca de oito anos. A veterinária Giulia Gaglianone Lemos, explicou ao g1 como a tartaruga pode ajudar nos estudos para a preservação do animal.
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— Quando [os animais] encalham mortos, eles aparecem na praia alguns dias após a morte, num estágio de decomposição avançado. Nem sempre se tem a possibilidade de ter todas as respostas. Essa em específico não, vamos conseguir ter um monte de respostas. É uma oportunidade valiosa de aprendizado e estudos para fazer políticas públicas de conservação — explicou.
Em conjunto com a Universidade Federal do Paraná (UFPR) serão feitos exames para ajudar a entender a causa da morte, além de outras características do animal. No Norte de Santa Catarina, o PMP atua em conjunto com a Universidade da Região de Joinville (Univille).

Tartaruga pesava cerca de 250 quilos
O morador da Barra do Saí encontrou a tartaruga e chamou o PMP, que foi até o local. Os pesquisadores constataram que o animal estava vivo e encalhado na areia. Ele media 1,95 metro e pesava cerca de 250 quilos.
Os pesquisadores precisam aguardar os resultados dos exames da necropsia para determinar a causa da morte. Eles acreditam que a cicatriz na nadadeira tenha sido causada por uma mordida de tubarão.
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— É uma fêmea adulta. [Cicatrizes] evidenciam que já tinha superado muita coisa na vida. É uma mocinha bastante forte — disse a veterinária ao g1.
Os profissionais estimam que o indivíduo tenha pelo menos 20 anos, já que se trata de um adulto. A idade será indicada com mais precisão por meios dos exames.
Saiba mais sobre a espécie
De novo científico Dermochelys coriacea, a tartaruga-de-couro é considerada em perigo de extinção, a classificação mais grave feita pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) entre as espécies ainda não extintas.
Ao g1, a veterinária explicou que a tartaruga-de-couro vive nas profundezas do oceano e vai à costa apenas para desova. Ela costuma botar ovos no Espírito Santo e raramente é vista nas praias de Santa Catarina, onde ela habita longe da costa.
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Segundo o Projeto Tamar, a espécie pode chegar a pesar 500 quilos. O animal se alimenta de zooplâncton gelatinoso, como águas-vivas e outros invertebrados marinhos.
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