A bióloga gaúcha Ana Paula Maciel, do Greenpeace, conseguiu, nesta segunda-feira, o apoio oficial do governador Tarso Genro para sua libertação da prisão russa.

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Tarso disse que vai pedir pessoalmente à presidente Dilma Rousseff que intervenha diplomaticamente, e prometeu acionar a Secretaria de Justiça do Estado para acompanhar o caso.

Ana Paula está em prisão preventiva na Rússia, junto com outros 29 ativistas, após um protesto pacífico contra a exploração de petróleo no Ártico.

– Dou meu apoio irrestrito à luta pela libertação de Ana Paula – disse o governador, que encontrou em São Paulo, nesta manhã, os diretores do Greenpeace no Brasil, Fernando Rossetti e Sérgio Leitão.

– Vou acionar a Secretaria da Justiça e dos Direitos Humanos para que faça contato com os advogados do Greenpeace e que entre oficialmente com os procedimentos necessários para buscar o retorno mais breve possível da Ana para o Rio Grande do Sul. Nesta segunda-feira, o Greenpeace Internacional concedeu entrevista coletiva em Moscou e afirmou que pretende entrar com uma queixa-crime contra a apreensão, considerada ilegal, do navio Arctic Sunrise pelas autoridades russas.

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A embarcação foi apreendida em águas internacionais em 19 de setembro, um dia depois que ativistas fizeram protesto pacífico contra a exploração de petróleo no Ártico.

– Quando o Serviço de Segurança da Rússia entrou no Arctic Sunrise, houve uma série de violações da lei – afirmou Alexander Mukhortov, o advogado de defesa do americano Peter Willcox, capitão do navio de campanhas do Greenpeace. – Homens armados e sem identificação entraram no navio usando máscaras e apontando armas para a tripulação. Eles tomaram o controle da embarcação, confiscaram pertences pessoais e manteve todos sob custódia, sem formalizar essas ações.

Porta-vozes do Greenpeace Internacional afirmaram que também pretendem apresentar queixa contra a violação de direitos das 30 pessoas que permanecem presas e acusadas de pirataria.

Advogados se queixam de tratamento a ativistas

– Algumas celas são frias, nem todos têm recebido água suficiente para beber e também não podem se exercitar adequadamente – disse outro advogado do Greenpeace Internacional, Sergei Golubok.

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Os advogados também fizeram objeções à forma como os ativistas estavam sendo transportados nos, em veículos da polícia. Alguns deles, segundo esses advogados, fizeram viagens de até cinco horas, sem acesso a alimentação, calefação e banheiro.

O engenheiro chefe do Arctic Sunrise, Mannes Ubels, que está entre os detidos, enviou carta ao Serviço de Segurança da Rússia pedindo que possa continuar fazendo a manutenção de rotina no navio, a fim de evitar maiores danos à embarcação e até um possível naufrágio. Explica que em breve o gerador vai parar de funcionar e que, com isso, o sistema de alarmes não funcionará.

– Vazamentos comuns da água do mar para a sala de motores, nesse caso, não emitiram mais alarmes – diz Ubels. – Peço que considerem autorizar minha ida ao navio para fazer sua manutenção, afim de evitar prejuízos maiores.

Nesta terça-feira, terão início as audiências em que a organização vai apelar para que os ativistas possam aguardar em liberdade as investigações. As audiências devem ser concluídas até sábado.

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