O cineasta Quentin Tarantino revelou nesta sexta-feira que tem medo de dirigir um filme sobre um serial killer, já que a produção revelaria seu lado doentio.

Continua depois da publicidade

– O planeta Terra não poderia lidar com meu filme de serial killer – afirmou o diretor americano, que tem um longo histórico de filmes ultraviolentos, de Cães de Aluguel (1992) e Pulp Fiction (1995) até o mais recente Django Livre. Pelos dois últimos, o diretor de 50 anos ganhou o Oscar de roteiro original.

Tarantino é também autor do argumento de Assassinos por Natureza, dirigido por Oliver Stone, mas renega o filme.

– Eu odeio este maldito filme. Se você gosta das minhas coisas, não assista este filme – disse.

O diretor fez uma visita surpresa o Festival de Cinema de Busan, na Coreia do Sul. Ele subiu ao palco ao lado do diretor coreano Bong Joon-ho e participou de um debate de uma hora, diante de 1,5 mil fãs.

Continua depois da publicidade

Em uma conversa franca e bem humorada, o cineasta explicou os motivos para mudar de gênero ao longo da carreira, indo do faroeste ao filme de guerra.

– Quando eu faço um filme, espero um pouco reinventar o gênero – disse Tarantino. – Eu apenas faço do meu jeito. Eu faço minha pequena versão Quentin deles.

– Eu me considero um estudante de cinema. É quase como se eu estivesse indo para minha aula de cinema e, no dia em que eu morrer, será o dia que me formarei. É estudo para a vida toda – disse.

Tarantino fez muitos elogios a Bong, diretor do thriller apocalíptico Expresso do Amanhã (Snowpiercer), que arrecadou 60 milhões de dólares na Coreia do Sul e será lançado em todo o mundo.

Continua depois da publicidade

– Bong tem aquilo que o (Steven) Spielberg dos anos 70 tinha, de contar muitos tipos diferentes de história, mas sempre com um nível de comédia e entretenimento – disse.

O diretor também elogiou O Hospedeiro, filme de 2006 do diretor sul-coreano sobre um monstro tóxico, que para Tarantino tem “momentos humanos maravilhosos”.