Sem treinar há três meses em uma rampa vertical de skate, o catarinense Pedro Barros assumiu ontem, um dia após a conquista do título mundial da modalidade, no Rio de Janeiro, que se surpreendeu com o resultado conquistado diante de craques como Bob Burnquist, Rony Gomes, entre outros. Barros, 17 anos, é tricampeão da modalidade bowl e não era apontado como um dos favoritos à conquista. A pista, no entanto, não é desconhecida do garoto que a cada competição se firma no cenário internacional do esporte como um dos melhores do mundo.
Continua depois da publicidade
Na sua casa, no Bairro Rio Tavares, em Florianópolis, além da rampa de bowl (em formato de bacia), onde treina sempre que pode, e que também é palco de torneios profissionais, o catarinense tem outra rampa de vert (também chamada Half Pipe, em formato de U). Foi nela que ele se preparou para surpreender as feras e conquistar o título no Rio de Janeiro, transmitido ao vivo pelo programa Esporte Espetacular, da Rede Globo.
Ainda no apartamento onde estava, na capital carioca, Pedro contou como superou uma crise de sinusite que o deixou febril e indisposto durante a manhã e que quase o tirou da disputa – tanto que ele não conseguiu completar a primeira volta na rampa. Agora, o atleta fica um semana em sua casa, em Florianópolis, onde irá treinar na sua pista particular, antes de viajar para Nova Zelândia e Austrália para uma duas etapas do mundial de bowl, que garante ser a sua prioridade.
Antes de arrumar as malas para Floripa, Pedro falou com exclusividade ao Diário Catarinense.
Continua depois da publicidade
Diário Catarinense – Como foi superar as feras do vertical e a crise de sinusite no Rio de Janeiro?
Pedro Barros – Na noite anterior estava no hospital, com 40º de febre. De manhã, na pista, tentei esquecer de tudo. Pensei só em andar de skate. Embora meio cansado, o skate vale o esforço e dá mais vontade.
DC – Se sente melhor agora?
Barros – Estou com menos febre, mas a cabeça ainda dói e me sinto indisposto.
DC – Você é reconhecido como campeão no bowl, mas como foi o treinamento para o vertical, no Rio de Janeiro?
Continua depois da publicidade
Barros – Eu tenho um half em casa e já andei bastante no vertical. Mas fazia três meses que não treinava.
DC – Então, o resultado foi uma surpresa para você?
Barros – Sim. Me surpreendi também, porque os caras estavam andando muito, mas consegui pegar o ritmo na pista.
DC – Pela televisão, deu pra ver que você estava ouvindo música. Qual era?
Barros – É Rock n’ Roll. Na hora das voltas ouvia Raimundos e Danzig.
DC – Como é a manobra do 540°?
Barros – É como se fosse uma cambalhota. E como eu saio já com o corpo virado, essa ideia de cambalhota fica mais forte. Junto a isso, faço uma rotação de 540º com o corpo.
Continua depois da publicidade
DC – Em que momento você precisa de mais força para realizar essa manobra?
Barros – Em todo o corpo. Muita força desde a cabeça até os pés e muita concentração também.
DC – Você já tinha uma ideia de volta programada antes de começar a andar?
Barros – Não tinha nada programado. Mas eu sabia as manobras que queria fazer.
DC – Mas como que você decide o que vai fazer na próxima subida?
Barros – É meio intuitivo. Depende da velocidade que eu estou na parte baixa do half, então, decido a manobra.
DC – Vai continuar competindo no vertical?
Barros – Meu foco é o bowl. O half eu também gosto, mas depende de como eu estiver no bowl. Se tiver tempo sobrando nos treinamentos, vou para o half.
DC – Como é disputar uma etapa no Brasil?
Barros – É sempre melhor aqui. Principalmente para a gente que é brasileiro. Falam a tua língua.
Continua depois da publicidade
DC – Como serão os teus próximo dias. Fica em Florianópolis?
Barros – Agora fico uma semana em Floripa antes de ir para duas etapas do mundial de bowl. Uma na Nova Zelândia e outra na Austrália, onde devo ficar uma semana em cada país.