O ganho de peso total durante a vida adulta já é conhecido por ser um fator de risco para desenvolver câncer de mama, mas uma cintura maior parece ser particularmente prejudicial, indicando a importância de manter-se longe de uma barriga proeminente. É o que mostrou uma pesquisa baseada em resultados de estudos com quase 93 mil mulheres na Inglaterra.

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Todas as participantes tinham mais de 50 anos, já haviam passado pela menopausa e não sabiam do câncer de mama quando ingressaram no estudo, entre 2005 e 2010. No momento da inscrição, elas forneceram informações detalhadas sobre altura e peso, saúde reprodutiva, fertilidade, histórico familiar de câncer de mama e de ovário e uso de contraceptivos hormonais ou reposição hormonal, que influenciam o risco de câncer de mama. Elas também foram consultadas sobre o atual tamanho de saia que usavam.

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Após um período de acompanhamento de três a quatro anos, elas foram questionadas sobre a continuidade da reposição hormonal, seu estado geral de saúde, um diagnóstico subsequente de câncer e o estilo de vida, incluindo o quanto fumavam e bebiam.

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Durante o período de acompanhamento, 1.090 mulheres desenvolveram câncer de mama, dando um risco absoluto de pouco mais de 1%. Conforme esperado, o tratamento da infertilidade, o histórico familiar de câncer de mama ou de ovário e o uso de reposição hormonal foram significativamente associados com um risco maior de serem diagnosticadas com a doença, enquanto as gestações eram protetoras.

Gordura da barriga é mais prejudicial

Depois de levados em conta outros fatores influentes, o aumento na largura da saia surgiu como o mais forte indicador de risco de câncer de mama. Aos 25 anos, o tamanho médio da saia das mulheres tinha sido 12 (na escala de medida no Reino Unido), e quando elas entraram no estudo, com a idade média de 64 anos, era 14. O tamanho da saia tinha aumentado ao longo da vida adulta para três em cada quatro mulheres.

A análise revelou que o aumento de um número do tamanho da saia (de 12 para 14, por exemplo) a cada 10 anos foi associado a um risco 33% maior de desenvolver câncer de mama após a menopausa. Subindo duas medidas, é 77% maior. Como esse é um estudo observacional, nenhuma conclusão definitiva pode ser tirada sobre causa e efeito, e é provável que tenha havido alguma variação no dimensionamento da saia ao longo dos anos, dizem os pesquisadores.

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Mas uma cintura em expansão tem sido associada a outros tipos de câncer, incluindo os de pâncreas, revestimento do útero e ovários. Possivelmente porque a gordura da barriga é mais prejudicial que aquela localizada em outras partes do corpo, segundo os cientistas.

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“Embora o mecanismo exato dessas relações precise ser melhor compreendido, há uma sugestão de que a gordura corporal em torno da cintura seja metabolicamente mais ativa do que o tecido adiposo em outro lugar”, escreveram os pesquisadores, acrescentando que gordura extra é conhecida por aumentar os níveis do hormônio feminino estrogênio, que serve de combustível para muitas células cancerosas da mama.