Os talibãs afegãos negaram neste sábado os “boatos” sobre a morte de Jalaludin Haqani, fundador da rede de mesmo nome e aliado dos insurgentes islamitas, um dia depois da nomeação de seu filho Sirajudin para comandar o movimento.

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A imprensa paquistanesa informou na sexta-feira que Jalaludin Haqani, que tem sua rede solidamente implantada em uma região entre o Paquistão e o Afeganistão, faleceu há um ano por causas naturais.

Segundo a imprensa paquistanesa, os rebeldes islamitas teriam optado por manter o mito do líder morto, algo parecido com o que ocorreu com o mulá Omar, líder histórico da rebelião talibã que faleceu em abril de 2013 no Paquistão, segundo o serviço secreto afegão, mas que só teve a morte confirmada pelos rebeldes na quinta-feira passada.

Após as informações sobre a morte de Jalaludin, que teria 70 anos, os talibãs anunciaram neste sábado que que o líder “estava doente, mas graças a Deus sua saúde é boa há algum tempo e não tem nenhum problema”.

“Os rumores sobre a morte de Jalaludin Haqani (…) não têm fundamento”, afirma um comunicado divulgado na internet.

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Procurado pela AFP, um comandante talibã baseado na região noroeste do Paquistão afirmou que conversou com o neto do veterano jihadista e que este informou que o avô está vivo.

Natural da província afegã de Khost (leste), Haqani é um dos combatentes islamitas mais respeitados nos círculos jihadistas da região por sua luta contra os soviéticos nos anos 80 e contra os americanos, a partir do 11/9.

Após a invasão do Afeganistão em 2001 por uma coalizão internacional, a rede Haqani se deslocou para o Waziristão do Norte, zona tribal do noroeste do Paquistão que se transformou em reduto do movimento jihadista na região.

Recentemente seu filho assumiu o comando da rede como adjunto do novo líder dos talibãs afegãos, o mulá Akhtar Mansur, promovido a “emir” em substituição ao mulá Omar.

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* AFP