Superação é a palavra que define a trajetória de Camilla Eduarda Ferreira Bosio, 15 anos, deficiente visual e atleta de goalball. Ela entrava na adolescência quando um acidente vascular cerebral fez o tempo parar. Como sequela, perdeu a visão do olho direito. Depois de sair do hospital, o olho esquerdo também foi afetado e em pouco tempo a jovem estava completamente cega. Amigos se afastaram e ela levou algum tempo até aceitar que sua condição se tornara permanente. Os professores e o esporte foram seus grandes aliados.
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– Foi difícil no começo, não porque eu fiquei cega, mas porque fui perdendo (a visão) devagarinho. E também porque todo mundo se distanciou, ficou longe – relembra, destacando que hoje tem duas amigas que se aproximaram depois que ela ficou cega.
Na Escola Básica Municipal Anita Garibaldi, onde estuda e treina, descobriu o atletismo, mas foi o goalball que despertou de vez a atleta que já vivia dentro dela. Assim que ouviu o guizo da bola se interessou pelo jogo, que consiste em balançar a rede adversária.
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As equipes são formadas por trios que são defensores e atacantes. A bola é arremessada e, ao ouvir o guizo, o jogador precisa bloquear a passagem para impedir o gol do outro time. Camilla, que começou na atividade há cerca de um ano, já compete na equipe adulta e é campeã brasileira das Paralímpiadas Escolares de 2014:
– Eu gosto (do goalball) porque eu melhorei em várias coisas, no aspecto físico, na gilidade e também porque ajuda para eu me locomover melhor no dia a dia. Como tem que escutar a bola acaba desenvolvendo (a audição).