Neste domingo (5), um contraste tem chamado a atenção no Alto Vale: o dia ensolarado divide espaço com ruas alagadas pelo transbordamento do rio em Taió e Rio do Sul. As cidades ainda não saíram da situação de enchente vivida desde a última sexta-feira (3), quando o Rio Itajaí-Açu e o Itajaí do Oeste voltaram a subir em uma sequência histórica de cheias.
Continua depois da publicidade
Receba notícias de Blumenau e região por WhatsApp
O diretor de Defesa Civil de Taió, Jonata Retke, conta que o rio chegou a 10,38 metros nesta que foi a quarta enchente desde o começo de outubro. Neste domingo, 90 pessoas estão no abrigo montado pela prefeitura. Aos poucos a água está baixando, mas a previsão é de que o retorno dos moradores para as casas – e limpeza pública – ocorra a partir desta segunda-feira (6).
No começo da tarde o rio ainda estava em 9,49 metros. Em Rio do Sul, onde a terceira enchente dentro de um mês está quase no fim, a marca é de 7,79 metros. As primeiras ruas alagam com 7,50 metros. Ou seja, o cenário está prestes a voltar à normalidade.
Durante todo o fim de semana o tempo firme contrastou com as ruas que se tornaram uma extensão do rio. Isso ocorre por dois fatores, como já explicou o professor da Universidade Regional de Blumenau (Furb) e doutor em Hidrologia, Ademar Cordero: declividade e capacidade das barragens.
Continua depois da publicidade
A baixa declividade entre Rio do Sul e Lontras interfere na velocidade de descida das águas, pois “o trecho é quase plano”. Como agravante, as barragens de Taió e Ituporanga ainda estavam vertendo pela manhã, conforme última atualização da Defesa Civil. Isso significa mais água em rios com níveis já elevados mesmo sem chuva.
Fotos de Taió neste domingo
Taió enfrentou enchente histórica
Tanto Taió quanto Rio do Sul decretaram situação de calamidade pública por conta das enchentes no mês passado. Taió viveu a pior cheia da história, com a altura do rio na casa dos 12 metros. Com isso, praticamente todas as ruas da cidade ficaram alagadas.
O resgate dos ilhados foi feito por barco e helicópteros em uma força-tarefa que envolveu também o Exército. Enquanto ainda contabilizava os prejuízos e reorganizava a rotina, a cidade voltou a ficar embaixo d’água neste feriadão.
Rio do Sul calculava até a chegada deste terceiro ciclo de enchente mais de R$ 104 milhões em perda econômicas para empresas e pessoas físicas.
Continua depois da publicidade
Leia mais
Rio do Sul e Taió enfrentam nova enchente e Alto Vale volta a ser castigado pelas chuvas