O sinal bate para o intervalo e os alunos saem apressadamente para o pátio da escola com seus tablets nas mãos, discutindo a atividade que estavam fazendo em sala. O esqueleto move-se na tela, pedindo que informem o nome dos ossos que o compõem e a atividade de fixação da matéria de ciências, explicada há pouco, passa a ser uma grande brincadeira. Essa é a realidade presenciada em algumas das escolas municipais de Joinville que já têm o tablet como mais uma das ferramentas pedagógicas a serviço do professor. Professores que antes viviam na zona de conforto no uso de quadro e giz precisam hoje reconhecer que as inovações trazidas pela era digital estão a seu favor e que devem se apropriar delas. É comum presenciar o revezamento de papéis de professores e alunos quando o tablet faz parte da atividade desenvolvida. Professores e alunos compartilham seus interesses e conhecimentos referentes às tecnologias móveis, desde como utilizar as ferramentas disponíveis do aparelho até como e o que acessar na internet.

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Afirmo que as tecnologias móveis trazem enormes desafios, porque descentralizam os processos de gestão do conhecimento: pode-se aprender em qualquer lugar, a qualquer hora e de muitas formas. Elas permitem novas maneiras de interação com conteúdos, pessoas e ambientes, seja a partir da conexão móvel, de aplicativos de realidade aumentada, GPS, dentre outros. Além disso, insere-se neste contexto a questão do trabalho em rede, o conteúdo aberto e a computação em nuvem.

Nesse sentido, como não poderia ser diferente, o processo educacional também se altera com o advento dessas novas tecnologias e com seus reflexos sociais, econômicos e culturais, uma vez que também se constitui como processo comunicacional. Percebe-se que o cenário atual acena para a concretização de inovações pedagógicas possibilitadas pela integração das tecnologias à educação. Portanto, tecnologias móveis, que chegam às mãos de alunos e professores, promovem a organização dos processos de ensino-aprendizagem de forma interessante, atraente e eficiente dentro e fora da sala de aula, aproveitando o melhor de cada ambiente, o presencial e o digital.

Alicerçar os professores, em formação inicial e continuada, na apropriação das possibilidades pedagógicas múltiplas de utilização das ferramentas que compõem os tablets nas construções de planos de aula, sequências didáticas e em elaboração de projetos tem sido a meta do Núcleo de Tecnologia da Educação de Joinville e observação de interesse do curso de pedagogia da UniSociesc. O diálogo entre escola e universidade traz a inserção dos licenciandos no cotidiano de escolas da rede pública de educação, proporcionando-lhes oportunidades de criação e participação em experiências metodológicas, tecnológicas e práticas docentes de caráter inovador e interdisciplinar.

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Nova cena na escola. Agora é a vídeoarte que entra em cena na disciplina de artes. Os alunos utilizam a câmera do tablet para fazer um vídeo. Grupos se reúnem para trocar ideias e mostrar as imagens capturadas pelo dispositivo. Não mais estão em carteiras enfileiradas e sim em pequenas ilhas espalhadas pela sala. Euforia, risos, criatividade, vídeo pronto.

– Quem gostaria de apresentar o trabalho realizado? – pergunta a professora.

Todos erguem as mãos. A professora me olha, com um sorriso aberto, orgulhosa do trabalho recompensado. Há muito tempo eu não via essa cena. É, o exemplo dado reflete que Joinville tem feito sua lição direitinho.

Sônia Regina Victorino Fachini é professora do curso de pedagogia da UniSociesc e supervisora de tecnologias na educação da Secretaria de Educação de Joinville.

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