A deputada federal Tabata Amaral (PSB-SP) enviará ao Conselho de Ética da Câmara dos Deputados uma representação contra o deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG) pela suposta prática do crime de transfobia. Junto à bancada do PSB, a parlamentar irá pedir que seu mandato seja cassado.

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Nikolas foi à tribuna do plenário nesta quarta-feira (8) para discursar sobre o Dia da Mulher. Ao tomar a palavra, colocou uma peruca e ironizou a existência de mulheres transexuais.

— Hoje eu me sinto mulher. Deputada Nicole — afirmou.

— As mulheres estão perdendo seu espaço para homens que se sentem mulheres. Para vocês terem ideia do perigo de tudo isso, eles estão querendo colocar a imposição de uma realidade que não é a realidade — continuou.

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— Ou você concorda com o que estão dizendo ou, caso contrário, você é um transfóbico, um homofóbico e preconceituoso — disse ainda.

O deputado já responde a um processo na Justiça por uma fala transfóbica feita contra a deputada Duda Salabert (PDT-MG).

Para Tabata Amaral, as falas feitas em plenário ferem a liberdade de discurso que é garantida pela imunidade parlamentar.

— O Brasil é o país que mais mata pessoas trans no mundo. O segundo é o México, que não tem nem metade dos casos — diz a parlamentar.

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— Não vamos tolerar tamanha violência na Casa do povo.

Em 2022, Nikolas foi deputado federal mais votado do país. Ele liderou com folga a corrida pela Câmara em Minas Gerais, com 1.492.047 votos -o segundo colocado, André Janones (Avante), tinha 238 mil, e a terceira, Duda Salabert (PDT), 208 mil.

Ainda que expressiva, a votação de Ferreira não supera a do deputado federal mais votado da história do país, Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que em 2018, ainda pelo PSL, recebeu 1.843.735 votos, superando com folga os 1.573.642 votos obtidos pelo recordista anterior, Enéas Carneiro (Prona-SP), em 2002.

O mineiro integrou a comitiva do presidente Jair Bolsonaro (PL) na visita a países árabes, em 2021, e foi barrado em setembro do mesmo ano ao tentar entrar no Cristo Redentor sem comprovante de vacinação.

*Reportagem por Mônica Bergamo

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