Um tribunal penal guatemalteco suspendeu nesta segunda-feira o início de um julgamento especial contra o ex-ditador Efraín Ríos Montt por genocídio, devido a pendências legais – informaram fontes ligadas ao processo.

Continua depois da publicidade

“O ‘Tribunal de Maior Risco B’ resolveu suspender o início do julgamento do general Ríos Montt em virtude de três ações de amparo ainda por resolver (…) as quais são determinantes para poder dar início a este julgamento”, explicou aos jornalistas um dos advogados da defesa, Jaime Hernández.

Estava previsto nesta corte o início do novo processo contra Ríos Montt pela morte de 1.771 indígenas maias-ixiles, no departamento de Quiché, durante seu governo (1982 e 1983). Segundo a ONU, este foi o período mais sangrento da guerra civil guatemalteca (1960-1996), com cerca de 200.000 mortos, ou desaparecidos.

Hernández explicou que as ações legais pendentes são o pedido da defesa pelo afastamento da juíza Janneth Váldez e o pedido do fim do julgamento penal. A defesa aponta que o tribunal já determinou que Ríos Montt sofre de demência.

Os demandantes do caso pediram que sejam separados os processos de Ríos Montt e do general José Rodríguez, seu ex-chefe de Inteligência. Rodríguez compareceu nesta segunda-feira à Justiça, em um cadeira de rodas.

Continua depois da publicidade

Segundo a acusação, Ríos Montt orquestrou uma política de extermínio do povo indígena, alegando que essa comunidade colaborava com as guerrilhas de esquerda durante a guerra civil no país.

ec/mas/ja/tt