A paralisação do trâmite da reforma da Previdência, anunciada na segunda-feira pelo ministro da Secretaria de Governo, Carlos Marun, dividiu opiniões entre entidades de classe de SC. A suspensão ocorre em decorrência da intervenção federal no Rio de Janeiro, pois são vetadas alterações na Constituição em casos assim. Mas veio no contexto em que faltavam ao governo federal os 308 votos necessários para aprovar a emenda. Entre os representantes de entidades catarinenses, houve quem comemorou a suspensão da reforma e quem lamentou. Veja o que disse cada um deles:

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GLAUCO JOSÉ CÔRTE

Presidente da Federação das Indústrias de SC (Fiesc)

No setor empresarial, o sentimento é de certa frustração. Mas, em termos de investimentos, a sensação é de que o mercado já tinha quase precificado isso, porque as notícias eram de que o governo estava com dificuldade de votos. Isso afeta mais o investidor estrangeiro. Nós, no Brasil, já nos acostumamos com essa questão das dificuldades do setor público, e o empresário aqui sabe que precisa investir, que tem que se manter atualizado.

RODOLFO DE RAMOS

Presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Joinville

Para nós, cada dia que passa e que se mantém o que tem hoje, é uma vitória. Mas entendemos que isso é uma jogada do governo para deixar esfriar o assunto e voltar com o tema após as eleições.

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BRUNO BREITHAUPT

Presidente da Fecomércio-SC

Sem ela (a reforma), aumentam as incertezas quanto à solvência futura da dívida pública, exigindo prêmios de risco cada vez maiores e minando as possibilidades de investimentos produtivos. Recursos que iriam para setores estratégicos, como saúde e educação, serão escoados apenas para pagar a Previdência.

JOSÉ WALTER DRESCH

Presidente da Federação dos Trabalhadores

da Agricultura em SC (Fetaesc)

Não estávamos nem entendendo isso como reforma. Era uma proposição sem discussão, sem base legal. Se você me perguntar se tem que reformar, eu acho que tem sim, mas para tirar privilégios, não direitos de quem já recebe pouco. Eu acho que essa discussão não vai mais ressuscitar, mesmo depois das eleições.