A suspensão do edital para contratação do Estudo de Viabilidade Técnica, Econômica e Ambiental (EVTEA) da Ferrovia da Integração – também conhecida como Ferrovia do Frango – pelo Tribunal de Contas da União (TCU), reflete a divisão das lideranças catarinenses sobre o tema.

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Enquanto lideranças da região Norte do Estado comemoram a suspensão do edital, as do Oeste, Planalto Serrano e Vale do Itajaí lamentam o fato que poderá atrasar em até seis meses o processo inicial – caso seja realizada uma nova licitação. A decisão do TCU questiona a indicação do traçado até a cidade de Itajaí, além de valores e técnicas apontados no edital.

O presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Mafra, Antonio Nahum Vaine, disse que a decisão do Tribunal atende a uma reivindicação da região, que se mobilizou contra o traçado da ferrovia pela área central do Estado até o Porto de Itajaí. Ele considera que um trajeto partindo do Oeste, passando por Caçador, Porto União e Mafra, até o Porto de São Francisco do Sul seria mais barato e teria melhores condições para navios graneleiros.

– Nós aplaudimos a decisão do tribunal – defendeu Nereu Martins Carvalho, coordenador do Grupo de Trabalho em Prol de Mafra.

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Para o presidente da Frente Parlamentar das Ferrovias, o deputado federal Pedro Uczai (PT), o Tribunal de Contas foi muito rígido no caso e está fugindo de sua função primordial de fiscalizar obras.

– É preciso definir os produtos estratégicos para o Estado, para definir de forma técnica o melhor traçado – diz Uczai que defende ainda a prioridade para os produtos industrializados, como carnes.

Para Mário Lanznaster, vice-presidente de agronegócio da Federação das Indústrias do Estado de Santa Catarina (Fiesc) e presidente da Aurora Alimentos, o atraso nas ferrovias representa mais custos. Segundo ele, a estimativa é que a ferrovia diminua entre 30 e 40% o custo com transporte.

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A Valec – responsável pela concessão – afirmou que irá apresentar as respostas aos questionamentos do TCU dentro de 15 dias.