Os dois suspeitos de terem participado do homicídio da jovem Tauana Fachini, 17 anos, foram liberados pela Justiça na terça-feira e aguardarão o desenrolar do processo em liberdade. Rodolfo Felipe de Oliveira e Ingridiom Vasconcellos foram soltos porque a Justiça não deu encaminhamento do processo dentro do prazo máximo de 120 dias após as prisões.
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Oliveira, namorado da vítima e acusado de ser o mandante do crime, mudou-se para Goiás após a morte de Tauana e foi preso lá. Ele deveria estar em Blumenau para a audiência realizada na última terça-feira e a responsabilidade de trazê-lo é do Departamento de Administração Prisional (Deap) de Goiás. De acordo com o juiz da 1ª Vara Criminal de Blumenau, Juliano Rafael Bogo, a solicitação para a vinda do réu foi feita inúmeras vezes. Como a transferência não aconteceu, o prazo de 120 dias excedeu.
Entenda o caso
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Como os dois acusados respondem ao mesmo processo, Vasconcellos, que estava detido no Presídio Regional de Blumenau, também foi liberado. Ele é acusado de ser o executor do crime. Seu defensor, Franklin José de Assis, explica que após o prazo ter expirado, a detenção dos réus passa a ser considerada constrangimento ilegal, por isso foi concedida a liberdade provisória aos dois.
– Nesse tempo que passou, testemunhas já deveriam ter sido ouvidas e o juiz já poderia ter decidido se os dois seriam absolvidos ou encaminhados a júri popular. Como isso ainda não aconteceu e não foi a defesa que causou o atraso, eles tiveram que ser soltos-explicou.
De acordo com o advogado, o estado de Goiás ainda não respondeu o porquê de o preso não ter sido encaminhado. A Secretaria de Segurança Pública de Goiás foi procurada pela reportagem do Santa para detalhar o atraso no deslocamento do réu, mas não retornou as ligações.
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-Não sabemos se há negligência ou motivo infundado. Também existe a questão da estrutura. Como é outro estado, não sabemos se dispõe de viatura para trazer o réu-disse Assis.
Família acompanha o processo
A mãe de Tauana, Fátima Regina Kuhn, compareceu à audiência no Fórum de Blumenau que resultou na liberação dos dois acusados. Afirma que continua acompanhando o desenrolar do processo e não deseja mal aos dois acusados.
-Independentemente de serem julgados, absolvidos ou terem a oportunidade de recorrer, eu já perdi de qualquer forma. Sabemos que aqui no Brasil a cadeia não recupera ninguém. Se ele for culpado, que se arrependa. Eu confio na justiça divina e essa, sei que não vai falhar-disse.
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Relembre o caso
A jovem Tauana morreu no dia 20 de dezembro, por volta da 0h30min, ao ser atingida por tiros. Foi na Rua Professor Max Humpl, no Bairro Salto do Norte, em Blumenau. A adolescente estava em uma moto com o namorado quando outra moto, com duas pessoas, teria se aproximado e os disparos foram feitos. Ele foi ferido na perna, sem gravidade. Os bombeiros encontraram a jovem em parada cardiorrespiratória, com perfurações de tiro no tórax e na axila. Apesar do atendimento, ela morreu no local. Tauana morava com o filho de dois anos, com o padrasto e a mãe.