Uma investigação que apura fraudes em ligações de energia elétrica deu início à segunda fase da Operação Curto Circuito nesta quarta-feira (2) em Florianópolis. A Polícia Civil, por meio da Delegacia de Repressão a Crimes Ambientais (DRCA), cumpriu quatro mandados de prisão temporária e outros quatro de busca e apreensão na Capital.
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Entre os envolvidos estaria um servidor da Celesc. Estimativa aponta que pelo menos 5 mil ligações clandestinas foram feitas no Norte da Ilha.
Segundo a delegada Beatriz Ribas dos Reis, da Diretoria Estadual de Investigações Criminais (DEIC), as quatro pessoas detidas atuavam no Norte da Ilha.
O esquema funcionava através de um despachante que captava clientes — pessoas que tinham imóveis irregulares e que não conseguiriam a ligação elétrica pelos meios oficiais, porque não tinham qualquer tipo de alvará ou autorização de construção — e forjava a documentação necessária.
Esses documentos falsos seriam entregues para um servidor de carreira da Celesc que fazia parte do esquema e introduzia os pedidos no sistema da companhia para que as ligações fossem feitas.
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— Eram todas ligações irregulares que não deveriam ser feitas. Isso vai gerar um colapso no Norte da Ilha que já estamos presenciando, um excesso de moradias que a região não comporta. Já temos problemas ambientais com rede de água, esgoto, e outros problemas de ocupação do solo. Um dos detidos admite que há pelo menos um ano vinha fazendo esse esquema, e eles estimam que no Norte da Ilha já tem aproximadamente 5 mil ligações clandestinas — explica a delegada.
Segundo a investigação, o servidor em questão era antigo na Celesc e já tinha se envolvido em outras situações de irregularidades na companhia, tanto que não possuía mais a senha para inserir novos pedidos de ligações de energia, mas usava a senha de uma outra servidora que, segundo a delegada Beatriz, ainda não há indícios de que também fazia parte do esquema.
Investigação
Um trabalho conjunto entre a Polícia Civil e a Celesc tem identificado os mecanismos utilizados para realizar as fraudes e identificar os responsáveis, segundo a polícia.
A investigação teve início a partir de ações da Diretoria Estadual de Investigações Criminais (DEIC) para conter e apurar ocupações irregulares e ilegalidades na Ilha, conforme a Polícia Civil.
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As pessoas detidas foram encaminhadas à sede da DEIC, em São José, onde serão submetidas a um interrogatório.
Segundo a delegada Beatriz, foram apreendidos veículos, muitos documentos e recibos de depósitos para o despachante e para o servidor da Celesc. Conforme as informações repassadas pela polícia, o grupo cobrava entre R$ 1 mil e R$ 2 mil pelo trabalho. Uma parte ficava com o despachante e outra com o servidor. Somente em um dia, conforme os recibos encontrados, o grupo teria recebido 10 transferências diferentes de clientes.
— Com a prisão temporária vamos analisar todos os documentos e avaliar outras medidas cautelares. Eles podem responder por vários crimes, desde ambientais pela ocupação irregular do solo, até outros como ligação clandestina de energia e corrupção ativa e passiva.
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