A audiência de custódia na tarde desta quarta-feira (20) decidiu pela conversão da prisão em flagrante para preventiva dos três homens suspeitos de participarem do assalto no Aeroporto Regional de Blumenau, o Quero-Quero. Durante a audiência, eles declararam terem sido vítimas de maus-tratos "pelas pessoas que efetuaram a prisão". A defesa chegou a pedir a liberdade provisória, solicitando medidas cautelares, o que não foi aceito pela Justiça.

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Paulo Sérgio Fonseca Ignácio, de Campinas (SP), Juliano Mocelin da Luz, de Campo Mourão (PR) e Tiago Cristiano Juste, de Itaquaquecetuba (SP), permanecem presos. Eles são suspeitos de planejar e executar o assalto da última quinta-feira a carros-fortes no Quero-Quero. O trio teria levado R$ 9,8 milhões, de acordo com Boletim de Ocorrência feito pela empresa de transporte de valores. Até o momento, R$ 18 mil foram recuperados.

Polícia Federal deve assumir a investigação

O delegado regional de Blumenau, Egídio Ferrari, disse na noite desta quarta-feira que a responsabilidade da investigação do assalto deve ficar com a Polícia Federal. Isso porque o crime ocorreu em uma aeronave e há entendimento de que, por isso, quem deve julgar os criminosos é a Justiça Federal. Agora será feito o que chamam de "deslocamento de competência", passando toda a investigação para a PF de Itajaí.

O assalto

O assalto no Aeroporto Regional de Blumenau ocorreu na tarde de quinta-feira (14). Os bandidos atiraram contra três carros-fortes que faziam a troca de malotes de dinheiro com um avião, que veio de Curitiba (PR).

Os bandidos usaram armamento pesado no ataque, incluindo fuzis AK-47. Um vídeo registrou pelo menos 50 tiros disparados, mas uma perícia confirmou que houve mais de 150 disparos.

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Durante a troca de tiros com os vigilantes, os bandidos acabaram acertando dois funcionários da empresa de transporte de valores e uma mulher, que trabalhava em uma empresa têxtil ao lado do aeroporto. Edivania Oliveira, de 22 anos, chegou a ser atendida pelos bombeiros, mas morreu uma hora depois. ​

A polícia localizou uma casa alugada desde outubro do ano passado pelos bandidos, onde o assalto teria sido planejado. O imóvel fica na região do Vale do Selke, próximo ao limite entre Blumenau e Pomerode.

No fim de semana dos dias 16 e 17 a polícia localizou o galpão onde os criminosos estavam, no Morro do Baú, em Ilhota. Na tentativa da fuga, terça-feira pela manhã, houve troca de tiros com a PM. Horas depois, três foram detidos.