Quatro pessoas foram presas em Santa Catarina durante a operação da Polícia Civil contra o grupo suspeito de praticar o golpe dos nudes. De acordo com a Polícia Civil, eles aliciavam adolescentes a fazerem fotos íntimas. As informações são do g1 SC.
Continua depois da publicidade
Receba as principais notícias de Santa Catarina pelo WhatsApp
As prisões ocorreram em Florianópolis e contou com o apoio da Polícia Civil catarinense. Ao todo, foram detidos dois homens e duas mulheres.
Conforme o delegado Rafael Liedtke, após receber as imagens das adolescentes, elas eram enviadas às vítimas que seriam extorquidas. As jovens também recebiam um valor pelas imagens.
Quadrilha que fingia ser da polícia e dava o golpe dos nudes em catarinenses é presa no RS
Continua depois da publicidade
Após a vítima receber as fotos, um suposto familiar ou autoridade policial entrava em contato dizendo que a menina era, na verdade, menor de idade. Os golpistas, então, extorquiam as vítimas para que elas não fossem expostas.
A ação faz parte da Operação Cantina, que cumpriu mais de 40 mandados de prisão, entre preventiva e temporária, nesta segunda-feira. Também são cumpridos 33 de busca e apreensão, e 25 bloqueios de contas bancárias.
Os detidos em Santa Catarina, segundo o delegado, pertencem a uma facção criminosa do Rio Grande do Sul, que exercia o papel de laranja, emprestando contas para que as vítimas depositassem os valores da extorsão. Os suspeitos também ficavam com uma parte do dinheiro.
Ainda conforme a polícia, uma das presas teria viajado para Santa Catarina na sexta-feira (26) para se encontrar com um dos homens que também foi preso nesta segunda.
Continua depois da publicidade
As investigações tiveram início há 11 meses após a prisão em flagrante de um homem, em Cachoeirinha, no Rio Grande do Sul. Com ele, foram apreendidos um veículo, avaliado em R$ 160 mil, e uma pistola Taurus, G2c, calibre.9mm. Com isso, a Polícia Civil descobriu a estrutura da organização criminosa com base nas zonas leste e sul da capital gaúcha e com ramificações em Santa Catarina.
Ainda segundo a polícia, um dos líderes da organização — que faz parte de uma facção criminosa gaúcha — exerceu a função de cantineiro e fez contato com outros faccionados. Já em liberdade, ele convencia outras pessoas, que estavam presas, a ajudarem no golpe dos nudes.
Desde o início da investigação, há um ano, cerca de 140 pessoas foram presas só no Rio Grande do Sul. Segundo a polícia, 80 vítimas do golpe foram identificadas em todo o país. Entre elas estavam empresários, médicos e até políticos. Uma delas teria perdido mais de R$ 100 mil. Já o prejuízo total chega a R$ 5 milhões.
Já na segunda etapa do esquema ocorria a receptação do produto das extorsões por pessoas que também eram aliciadas pela organização, que depois dividia o dinheiro entre laranjas, remunerados pelo grupo, até que voltava para os responsáveis pelos crimes.
Continua depois da publicidade
Os valores, segundo a polícia, eram usados para a compra de itens de luxo, além de serem utilizados por presos para obter regalias nas cantinas dos presídios. O lucro também patrocinava o tráfico de drogas e armas.
Entenda o crime
A prática ocorre por meio de redes sociais. Os usuários, geralmente homens mais velhos, recebem fotos íntimas de jovens mulheres. Depois da troca de mensagens, um suposto parente ou autoridade policial entra em contato com a vítima dizendo que a pessoa era, na verdade, menor de idade. Os golpistas, então, tentam extorquir dinheiro das vítimas para que elas não sejam expostas.
Os suspeitos chegam a montar cenários para simular delegacias e filmar a encenação do momento em que seria feito o registro da ocorrência por pedofilia contra as vítimas de estelionato. As delegacias falsas foram descobertas em Novo Hamburgo, na Região Metropolitana de Porto Alegre.
Ainda segundo a Polícia Civil, uma adolescente foi aliciada pela organização criminosa. A jovem se fotografava e recebia entre R$ 100 e R$ 200 por “pacote de imagens”. As fotos eram usadas no esquema. Também há a suspeita do aliciamento de outras adolescentes e de jovens de 18 e 19 anos, que se passavam por menores de idade.
Continua depois da publicidade
O grupo é suspeito pelos crimes de extorsão, corrupção de menores, tráfico de drogas, lavagem de dinheiro e porte ilegal de arma de fogo.
Como denunciar
A Polícia Civil alerta que nenhum policial liga ou manda mensagens para a exigência de qualquer tipo de valor para negociar cumprimento de mandados ou deixar de cumprir mandados de prisão. Se a situação ocorrer, a orientação é de que a pessoa faça um boletim de ocorrência em uma delegacia.
- Disque denúncia – 08005102828
- WhatsApp e Telegram – (51) 9 8444-0606
Leia também:
Grupo que faturou R$ 1,2 milhão com “golpe dos nudes” é indiciado em Criciúma