O homem suspeito de matar a tiros o professor universitário catarinense Saul Gaudêncio Neto nessa quinta-feira (4) teria sido motivado por “conflitos no trabalho”. É o que indica a Polícia Civil do Ceará (PCCE), que informou que o investigado seria subordinado da vítima. As informações são do portal O Povo.

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O suspeito foi preso na manhã desta sexta-feira (5), por volta das 10h. O delegado-geral da Polícia Civil do Ceará (PCCE), Márcio Gutiérrez, deu detalhes de como era a convivência com o suspeito no ambiente profissional.

— Ele possuía problemas de relacionamentos, tinha dificuldade de cumprir regras e normas no trabalho — detalhou.

O homem estava escondido em um imóvel de um familiar, e de acordo com o delegado, demonstrou surpresa ao ser abordado pelos policiais. Contudo, ele não resistiu à abordagem e tentou argumentar que o crime teria ocorrido por conflitos de trabalho. Gutiérrez também deu detalhes de como o crime ocorreu.

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— O suspeito chamou a vítima para atender um animal que necessitava de ajuda especializada. Durante o trajeto da volta, o investigado pediu para ele ir por um caminho ermo, Saul recusou, e foi o momento em que o criminoso agiu — alegou.

Os disparos aconteceram dentro do carro, que era conduzido pelo professor e levava também a namorada da vítima. Ela foi atingida duas vezes, e está internada no hospital, em estado estável.

O Departamento de Homicídio e Proteção à Pessoa (DHPP) investiga o caso e busca localizar a arma do crime.

Quem era o professor Saul Gaudêncio

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Filho único de uma empresária e de um pecuarista, Saul Gaudêncio Neto nasceu em Santa Cecília. Em 2004, ele começou a graduação em Medicina Veterinária no campus de Lages da Universidade do Estado de Santa Catarina (Udesc).

A faculdade foi concluída em 2008 e, no ano seguinte, Saul começou o mestrado em Ciência Animal na mesma instituição. Ele estava cursando doutorado em Biotecnologia na Universidade Estadual do Ceará (Uece).

— Saul sempre foi muito estudioso e dedicado… Ele era uma pessoa muito boa. Não existia maldade no coração dele. Queria ajudar as pessoas através das pesquisas sobre medicamentos para tratar o câncer — diz a prima de Saul, Gabrielle Martins.

Saul atuava como pesquisador do Núcleo de Biologia Experimental (Nubex) da Unifor. Na carreira acadêmica, Saul se envolveu no estudo sobre cabras transgênicas que possuem capacidade de produzir um medicamento para o tratamento de vários tipos de câncer.

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— Ele estava fazendo o doutorado dele, planejando casar com a namorada, ter filhos. Uma vida inteira pela frente. Não tem palavras pra descrever a dor que estamos sentindo — lamenta Gabrielle.

O curso de Medicina Veterinária da universidade publicou uma nota de pesar sobre a morte do professor. “Saul era um exímio profissional e ser humano que fará muita falta. Neste momento, pedimos a todos que coloquem todos os envolvidos em suas orações, em solidariedade aos familiares e amigos que partilham da dor e tristeza por sua partida”, diz a nota de pesar.

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