A Polícia Civil pediu e a Justiça decretou a prisão preventiva de Gilmar César de Lima, 23 anos, suspeito de agredir até a morte o professor indígena Marcondes Namblá, na madrugada de Réveillon, na Avenida Eugênio Krause, em Penha, no Litoral Norte de Santa Catarina. O pedido da preventiva partiu do delegado Douglas Teixeira Barroco, da Delegacia de Balneário Piçarras, que chegou ao suspeito através de imagens de câmeras de videomonitoramento e depoimentos de diversas “testemunhas oculares” que presenciaram as agressões com um pedaço de pau que resultaram na morte de Namblá, de 36 anos. Gilmar é considerado foragido.

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De acordo com o delegado Barroco, no dia que a morte do indígena foi confirmada, em 2 de janeiro, a Polícia já partiu atrás de imagens que pudessem ajudar a elucidar o crime, já que o assassinato ocorreu na principal avenida de Penha, local de comércio variado. Além disso, várias pessoas que presenciaram as agressões foram ouvidas e indicaram o suspeito como responsável pela morte de Namblá. Ao juntar as peças, e com fotos do suspeito e suas tatuagens, revela o delegado, foi possível chegar ao nome de Gilmar.

— As câmeras nos ajudaram, mas testemunhas também foram fundamentais. Servidores da Prefeitura de Penha, que estavam dirigindo um trator ali próximo, viram a cena, perguntaram ao autor o motivo das agressões, e ele respondeu ‘que era porque a vítima mexeu com o cachorro dele’ — revela Barroco, para dizer que quando Gilmar saiu do local, com o pedaço de pau na mão, um senhor que o conhecia e sabia onde o suspeito morava o reconheceu e dias depois foi quem ajudou a polícia a chegar à casa que Gilmar morava em Penha, no bairro Armação, a cerca de duas quadras do local onde aconteceu o crime.

Lá, onde o delegado Barroco e sua equipe estiveram na tarde de quinta-feira (4), se encontrava apenas o cachorro da raça Rottweiler que aparece no vídeo da agressão a Namblá e teria sido o motivo para Gilmar atacar o indígena. Barroso diz crer que Gilmar não está mais em Penha, mas talvez em sua cidade natal, Gaspar, ou até outra cidade litorânea, exemplo de Itajaí. Diligências são feitas na região litorânea e no Vale.

— Quando ouvimos os servidores da prefeitura, não tínhamos o nome do suspeito, porque eles não o conheciam, daí falaram de sua baixa estatura, fisionomia e tatuagens. Mas quando ouvimos o senhor que o conhecia e sabia até onde ele morava, comprovamos quem era o autor, porque as tatuagens ajudaram bastante, uma no pescoço e outra no braço — explica o delegado Barroco, que lembra que Gilmar agora está com dois mandados de prisão em aberto, um de homicídio e outro de tentativa de homicídio.

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