O principal suspeito de ter matado três pessoas da mesma família em Alfredo Wagner, na Grande Florianópolis, foi encaminhado ao presídio de Lages após ter sido autuado em flagrante na noite de sexta-feira (9). Ele foi localizado no município de Bom Retiro algumas horas depois que os corpos foram encontrados.
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Apesar disso, o delegado regional de Lages, Fabiano Schmitt, explica que ele ainda não é considerado réu confesso. Segundo Schmitt, o suspeito chegou a falar sobre a autoria do crime no momento em que foi preso. Ao ser levado para prestar depoimento, no entanto, optou por ficar em silêncio e não confessou formalmente ter cometido os assassinatos.
— Na ocasião da abordagem ele afirmou que teria sido o autor. Porém, posteriormente, por ocasião do interrogatório no auto da prisão em flagrante, ele optou por permanecer em silêncio. Então, do ponto de vista jurídico, não há confissão. Por outro lado, na abordagem, na delegacia de Alfredo Wagner, ele falou que teria sido o autor e disse o porquê teria cometido o crime, em razão de uma dívida que tinha e estava sendo pressionado — explicou o delegado.
Por nota, enviada na noite de sábado, os advogados de defesa, Diego Rossi Moretti e Jonas de Oliveira, esclareceram também que o suspeito não confessou a prática dos crimes em nenhum dos depoimentos prestados até o momento.
O casal morto foi identificado como Carlos Alberto Tuneu, de 67 anos; e Loraci Mathes, de 50 anos. Também foi assassinado o filho dos dois, identificado como Mato Tuneu, de 8 anos.
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A suspeita é de que a mulher tenha sido morta primeiro, seguida da criança e do marido, conforme o delegado. Entretanto, o laudo pericial deverá constatar a ordem exata dos homicídios.
O delegado Fabiano Schmitt afirma que há registro de um boletim de ocorrência sobre os envolvidos. Diz ainda que havia relatos de um clima de animosidade entre o homem morto e o suspeito. Até o momento, não há informação de outros suspeitos de participação no crime.
Até a manhã deste sábado (10), a arma usada nos assassinatos ainda não havia sido encontrada. Segundo Schmitt, o suspeito disse à polícia, no momento da abordagem, que jogou a arma do crime em um matagal. A polícia foi acionada para fazer buscas no local.
— Inicialmente, pela forma com que as vítimas foram encontradas, imaginava-se que era uma arma de fogo, alguma coisa mais potente. Mas depois, com a perícia, percebeu-se que se tratava de um porrete, um objeto contundente. Segundo o suspeito, uma barra de ferro — explicou o delegado.
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A investigação continua e testemunhas devem ser ouvidas nos próximos dias.
Local do enterro ainda não foi definido
Os corpos do casal e da criança continuam no Instituto Médico Legal (IML) e ainda não foram liberados para o enterro. Conforme o Instituto Geral de Perícias (IGP), isso só deve ocorrer após autorização dos familiares das vítimas, que estão vindo da Argentina.
A família ainda avalia se o enterro será feito na Argentina, onde os familiares de Carlos Alberto moram, ou se a cerimônia de despedida ocorrerá no Brasil.