O suspeito de matar Ana Kemilli, 14 anos, ajudou nas buscas pela jovem e foi ao enterro dela. O homem de 21 anos foi denunciado por feminicídio, ocultação de cadáver e corrupção de menor. Além dele, duas pessoas também respondem pelo crime. A morte da adolescente aconteceu em fevereiro deste ano em Campo Belo do Sul, na Serra catarinense. 

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> Ex-namorado é denunciado por assassinato de Ana Kemilli na Serra de SC

A prisão do suspeito foi anunciada pela Polícia Civil no dia 17 de junho. Segundo a investigação, o homem tinha uma “paixão mórbida” pela adolescente. Os dois tiveram um relacionamento entre 2018 e 2019. O namoro, segundo o Ministério Público, terminou após o acusado agredir a menina com um soco.

A avó da adolescente conta que a neta e o suspeito foram criados juntos. Segundo Zenilda Taques, a mãe do suspeito era madrinha da adolescente e ajudou na criação da menina.

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— Ele brincou com ela na infância, ajudou a cuidar dela muitas vezes. Quando a minha filha estava muito apurada com o serviço, a mãe dele levava a Kemilli para a casa dela para cuidar um pouco — conta.

A proximidade entre as famílias se manteve no período em que não se tinham respostas sobre o assassinato da adolescente. Keli Taques, mãe de Kemilli, conta que enquanto a polícia buscava pelo autor do crime, o homem chegou a ir até a casa da vítima consolar a família.

— Ele [suspeito] e a mãe dele vieram aqui em casa. Ele não chegou a entrar, mas ficou na parte de fora conversando com o meu marido como se nada tivesse acontecido — conta.

A irmã do suspeito, uma jovem de 19 anos anos também foi denunciada pelo MInistério Público pelo assassinato. Segundo o MP, ela foi até a casa da vítima e a convenceu a sair para acompanhá-la em parte do caminho de volta para sua residência. Depois disso Kemilli foi atraída por seu vizinho, um adolescente de 15 anos, a ir até um local onde o suspeito estava.

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O adolescente confessou participação no crime e foi responsabilizado pela Justiça. Ele cumpre uma medida socioeducativa. Segundo o MP, o jovem aceitou participar do assassinato por que o suspeito disse o ajudaria em um romance com a irmã.

Para Keli foi um choque descobrir a trama por trás do assassinato da filha mais velha. Desde do dia do desaparecimento, ela mobiliza por meio das redes sociais uma campanha pedindo justiça por Kemilli.

— A gente sempre espera justiça, mas ficamos abalados igual. Não sabemos o porquê de pessoas tão próximas fazerem uma coisa dessa. Pessoas que você conhece a vida toda — comenta.

Relembre o caso

Ana Kemilli foi encontrada morta amarrada em uma árvore em uma área de mata no interior de Campo Belo do Sul. O corpo foi encontrado em 8 de fevereiro, dois dias após o desaparecimento da jovem.

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O adolescente responsabilizado pelo crime procurou a delegacia para confessar a participação um dia após a localização do corpo. A Polícia Civil, no entanto, suspeitou que ele não agiu sozinho e seguiu a investigação.

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O homem de 21 anos está preso preventivamente em Lages. Não há informações sobre a prisão da irmã do suspeito.

A reportagem não conseguiu localizar a defesa dos acusados.

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