Um dos suspeitos de integrar uma quadrilha que fraudava a fila do SUS em Santa Catarina não se entregou à polícia nesta terça-feira (25), conforme havia se comprometido. Eram oito mandados de prisão temporária expedidos pelo Ministério Público do Estado. Destes, sete foram cumpridos. Ainda na segunda, a oitava pessoa informou, por meio de seu advogado, que se apresentaria até as 18h de terça, e por isso é considerada foragida. A identidade do suspeito não foi divulgada pelo MPSC.

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Outras 16 testemunhas foram ouvidas nesta terça-feira, sendo oito em Florianópolis e oito em São João Batista. No dia anterior, o promotor Alexandre Graziotin, coordenador do Grupo de Atuação Especial de Combate às Organizações Criminosas (Gaeco) interrogou três homens que foram conduzidos coercitivamente, entre eles, dois vereadores.

As prisões e 19 mandados de busca e apreensão aconteceram em Florianópolis, Biguaçu, Major Gercino, Palhoça e São João Batista. Três vereadores estão entre os presos temporários da Operação Ressonância. Todos são do Partido Progressista.

Dois são de São João Batista, Sebastião Formento Filho (vice) e Carlos Francisco da Silva, e um de Biguaçu, Manoel Airton Pereira, o Bilico. O presidente da Câmara de São João, Mário José Soares, e o vereador eleito Alécio Boratti, que assume em janeiro, foram levados coercitivamente a Florianópolis para prestar depoimento. Eles também são do PP.

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Conforme o Grupo de Atuação Especial de Combate às Organizações Criminosas (Gaeco), o núcleo do esquema era no Hospital Celso Ramos, no centro da Capital, onde um servidor do Estado com acesso ao banco de dados do SUS fraudava a ordem de exames, principalmente os de ressonância magnética e tomografia. O valor cobrado ficava entre R$ 200 e R$ 600. A vantagem também poderia ser política, através da fidelização de eleitores por parte dos vereadores investigados.

A reportagem também que Osvaldo Gomes, nomeado como analista técnico em gestão e promoção de saúde em 1987, é o servidor do Estado suspeito de acessar o banco de dados do SUS. A reportagem entrou em contato com o irmão de Osvaldo, Moacyr Gomes, que informou não ter o nome do advogado do suspeito.

As defesas dos vereadores informaram que os políticos são inocentes e não têm relação com a fraude.

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