Leonardo Natan Chaves Martins, 21 anos, suspeito de atirar contra Gabriella Custódio Silva, prestou novo depoimento à Delegacia de Homicídios (DH) de Joinville. De acordo com Elieser Bertinotti, o jovem foi ouvido na tarde desta segunda-feira (29), para esclarecer detalhes sobre o relacionamento dele com a vítima. A morte de Gabriella foi registrada no fim da tarde de 23 de julho, depois de ser atingida com um tiro no peito.

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Além das informações sobre a relação do casal, Leonardo ainda foi questionado sobre a motivação que levou a Gabriela a sair do último emprego e ainda confirmar o que aconteceu no dia da morte da jovem. A família da vítima informou, em entrevista concedida nesta segunda, que ela teria deixado o trabalho por causa dos ciúmes que sofria do marido.

— Ela começou a se distanciar e eu cobrando dela. Agora, depois de tudo o que aconteceu, vem pessoas falar um monte de coisa sobre ele. Eu não consegui saber antes para tirar a minha filha disso. Perdemos um pedaço e isso não vai ter volta — lamentou o pai da vítima, Marcelo Silva.

O suspeito informou à polícia durante o interrogatório que a relação dos dois era amistosa e que Gabriella saiu do trabalho por sua própria vontade, já que estava à espera de uma promoção e não havia recebido o reconhecimento. Ele ainda manteve a versão de que o tiro foi acidental.

O que diz a defesa

Segundo o advogado de Leonardo, Pedro Wellington Alves da Silva, o jovem foi chamado novamente pela polícia para que o depoimento dele pudesse ser gravado. À polícia, o jovem esclareceu informações sobre o relacionamento que mantinha com a Gabriella.

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— Ele esclareceu algumas questões sobre a dinâmica do acidente, do tiro acidental naquele dia, e também de que eles tinham um relacionamento normal, com desentendimentos inerentes a qualquer relação. O Leonardo também afirmou que nunca agrediu a Gabriella e que ela saiu do último emprego porque estava insatisfeita — pontua.

Ainda segundo o advogado, o jovem ainda está muito abalado, mas deve prestar uma entrevista à imprensa ainda nesta semana.

Bertinotti afirmou que o caso continua sendo investigado como feminicídio. Segundo o delegado, todas as informações tidas até agora são de que Gabriella morreu em decorrência do convívio com Leonardo e também pela condição de ser mulher. A polícia também aguarda o laudo cadavérico de Gabriella, que deve ser divulgado em um prazo de dez dias, podendo ser prorrogado de acordo com a complexidade.

Pai também foi ouvido

Além de Leonardo, o pai dele, Leosmar Martins, também foi ouvido na tarde desta segunda. A conduta de Leosmar está sendo apurada e ele foi interrogado suspeito, não por relação à morte, mas à questão de fraude processual.

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Segundo a defesa dele, a intenção do pai era a de isolar o filho e, com medo de que Leonardo tirasse a própria vida, o pai se desfez da arma. Ainda segundo a advogada, Deise Kohler, o pai trabalhou durante um período como caminhoneiro e, recentemente, como motorista de aplicativo.

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