A Polícia Civil de Gaspar apresentou na manhã desta quinta-feira o suspeito de assassinar Marli Aparecida de Lima, que teve a cabeça encontrada no Rio Itajaí-Açu em Navegantes em setembro de 2014 . Joaquim de Souza, 52 anos, era ex-namorado da diarista. O homem confessou o crime e será encaminhado ao Presídio Regional de Blumenau, onde irá aguardar posição da Justiça. De acordo com o delegado Egídio Maciel Ferrari, responsável pelo caso, Joaquim deve responder pelos crimes de homicídio e ocultação de cadáver.

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Joaquim e Marli haviam terminado o relacionamento há cerca de três anos, mas mantinham encontros esporádicos. De acordo com a versão do suspeito, eles teriam se encontrado na casa dele na noite do desaparecimento da mulher, no dia 28 de agosto, e começado uma discussão no quarto do homem. Marli teria atacado Joaquim e ele se defendeu. Após, ela teria tropeçado na cama e batido com a cabeça em uma caixa de som, onde teria morrido. Souza contou aos investigadores que, por desespero, levou o corpo ao banheiro de sua casa e cortou a cabeça de Marli com uma faca. Em sequência, enrolou o corpo e a cabeça em panos e lonas que tinha em casa, colocou no seu carro e levou até a ponte Hercilio Deeke, de onde jogou o corpo no rio.

Conforme explicou o delegado Ferrari, o caso de Marli era tratado como um desaparecimento até a semana passada, quando foi confirmado que a cabeça encontrada no Rio Itajaí-Açu em Navegantes era dela:

– Após a confirmação de que existia um crime, com as investigações já avançadas nos últimos meses, conseguimos quebra de sigilo e outras ações necessárias para encerrar o caso. Em três dias adquirimos as provas para indiciar Joaquim, que inclusive já havia sido interrogado quatro vezes nos meses de investigação – explicou.

A perícia da Polícia Civil encontrou traços de sangue na casa do homem e no banco traseiro do carro, além de um pedaço de serra quebrado e diversas outras ferramentas. O delegado aguarda o resultado dos exames para confirmar se o sangue é de Marli. A única ocorrência policial que existe contra Joaquim é uma agressão a Marli cometida enquanto os dois formavam um casal.

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De acordo com Maria Salete Schmitt, advogada de Joaquim, a morte acidental será levada em consideração, e a defesa tentará com que o homem responda ao processo em liberdade. Durante a coletiva de imprensa, Joaquim permaneceu calado e não forneceu informações à imprensa sobre o caso.

O caso

Marli desapareceu em agosto de 2014, após sair para um passeio à tarde no bairro Coloninha, em Gaspar. De acordo com a filha, a diarista saiu de casa por volta das 18h alegando que voltaria logo. Ela não teria levado a bolsa e nem os documentos, apenas o celular. Sua cabeça foi encontrada às margens do Rio Itajaí-Açu, em Navegantes, no mês de setembro. O resultado do exame de DNA que comprovou que a cabeça era de Marli foi divulgado na última terça-feira, dia 10. O corpo da mulher ainda não foi encontrado.