Um suposto gesto nazista parou o show de uma banda e causou confusão em uma casa noturna de Blumenau neste fim de semana. Um homem que estava na plateia levantou o braço e fez um movimento de saudação nazista. Ao notar o ocorrido, o grupo que se apresentava parou de tocar. Clientes e seguranças colocaram o suspeito para fora. Apesar da polícia não ter sido chamada, a empresa pretende levar o caso ao Ministério Público Federal. 

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O show de rock da banda Jorge Vision ocorria normalmente na madrugada de sexta para sábado (dias 4 e 5) no Ahoy, casa noturna que fica no bairro Itoupava Seca, quando um homem, que estava assistindo à apresentação, fez o gesto (assista abaixo). Um dos integrantes do grupo percebeu o ato e outros clientes que estavam perto, o que gerou confusão e mobilizou a segurança do clube. O suspeito foi retirado do ambiente. 

Em nota, a casa afirmou que poucas pessoas viram o que havia acontecido, incluindo a equipe de segurança. Por isso, no momento em que levou o homem para fora ainda não sabia a real motivação do alvoroço. Ao questioná-lo, os profissionais teriam ouvido do suspeito que ele fora “mal-interpretado”. Ele fugiu do local na sequência e a Polícia Militar não foi chamada. 

“Agora sim, em posse de todas as informações apuradas iremos envolver a Justiça nisso. Juntamos vídeos e imagens pertinentes e em conjunto com a banda Jorge Vision iremos fazer uma denúncia ao Ministério Público de Santa Catarina para tomar as medidas cabíveis sobre o caso”, escreveu a casa.

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Não há informações sobre a identificação do suspeito.

Crime

Apologia ao nazismo é crime no Brasil, conforme o artigo 20 da lei 7716/89, que trata sobre “Praticar, induzir ou incitar a discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional”, cuja pena varia de um a três anos de reclusão e multa.

O inciso primeiro do artigo ainda configura “Fabricar, comercializar, distribuir ou veicular símbolos, emblemas, ornamentos, distintivos ou propaganda que utilizem a cruz suástica ou gamada, para fins de divulgação do nazismo”. A pena de prisão, neste caso, pode variar de dois a cinco anos de prisão.

Nazismo em SC

Este não é o primeiro episódio envolvendo apologia ao nazismo no Estado. Entre os casos mais recentes está o da loja de Timbó, também no Vale do Itajaí, que foi investigada pelo Ministério Público no ano passado por vender itens que fazem referência ao nazismo em um site.

Também em 2021 um homem foi investigado depois de agitar uma bandeira nazista na sacada do apartamento dele, em Florianópolis.

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Uma pesquisa apresentada pela antropóloga Adriana Dias aponta que grupos neonazistas cresceram 158% em Santa Catarina no último um ano e meio. Em três anos, em todo Brasil o aumento foi de 270%. A estimativa é que existam no país 530 células extremistas com cerca de 10 mil participantes.

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