O jornal britânico The Sunday Times denunciou, em sua edição deste domingo, que um ex-alto dirigente de futebol do Catar gastou cinco milhões de dólares para conseguir o apoio de vários representantes do futebol internacional à candidatura de seu país como sede da Copa do Mundo de 2022.

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O Sunday Times afirma possuir milhares de e-mails e documentos relativos a supostos pagamentos realizados por Mohamed Bin Hammam, então membro executivo da Fifa para o Catar. Esses documentos demonstrariam que Bin Hammam, também presidente da Confederação de Futebol Asiático, pagava em espécie importantes personalidades do futebol internacional para obter seu apoio à candidatura do Catar.

Bin Hammam teria pago até 200 mil dólares aos presidentes de 30 associações de futebol africanas, assim como 1,6 milhão de dólares ao ex-presidente da Concacaf, Jack Warner, também vice-presidente da Fifa, que se demitiu em 2011.

Essas revelações acontecem dois meses depois que o Daily Telegraph afirmou que Jack Warner e familiares receberam 1,43 milhão de euros de uma empresa do Catar, propriedade de Hammam. Depois de disputar a presidência da Fifa, contra o atual dirigente Joseph Blatter, Mohamed Bin Hammam foi declarado culpado de corrupção pelo comitê de ética da federação internacional e suspenso por toda a vida em 2012.

Blatter acabou reconhecendo que confiar a organização da Copa de 2022 ao Catar foi um erro da Fifa.

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Membros do comitê da candidatura do Catar negaram ao jornal britânico qualquer vínculo com o empresário sob suspeita, afirmando que ele não teve qualquer papel secreto na campanha. As revelações do Sunday Times levaram o presidente da comissão parlamentar encarregada dos esportes, John Whittingdale, a pedir uma investigação urgente e que seja realizada uma nova votação para escolher a sede de 2022.

Um dos oito vice-presidente da Fifa, o norte-irlandês Jim Boyce, indicou que é favorável à realização de uma nova votação se o presidente da comissão de investigação da Fifa, o americano Michael Garcia, confirmar as acusações de corrupção.

Em 2 de dezembro de 2010, a organização do Mundial 2022 foi entregue ao Catar na quarta rodada de votação, deixando os Estados Unidos em segundo lugar.