A Secretaria Municipal de Saúde de Xanxerê, através da Vigilância Epidemiológica, identificou um surto de varicela em uma escola da rede pública estadual do município, neste mês. O caso foi descoberto após vários alunos procurarem as unidades de saúde do município e o fato de estudarem no mesmo local chamar a atenção da secretária.
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Cerca de 20 adolescentes da unidade de ensino, que não foi citada no comunicado da prefeitura, com idades entre 15 e 18 anos, contraíram a doença. No entanto, a secretária destaca que se trata de um “caso benigno, já isolado e já controlado”. Até porque a varicela, ou catapora como também é chamada, não é considerada uma doença grave.
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A coordenadora de Vigilância em Saúde de Xanxerê, Caroline Cenzi, comenta que a doença é mais comum nesta época do ano e que outros casos isolados também foram identificados no município.
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— A varicela é uma doença causada por um vírus, por isso a fácil transmissão. Mas é benigna e é mais fácil acontecer na saída do inverno e início da primavera. Casos de varicela a gente sempre registra todo o ano, porém como não é uma doença de notificação compulsória não temos dados precisos, pois somente notificamos casos de surto e pacientes internados — explica Cenzi.
A Coordenadoria Regional de Educação de Xanxerê, que responde pelas escolas estaduais da região, foi procurada por telefone e e-mail, para falar sobre o assunto, mas a reportagem não obteve retorno até o fechamento desta matéria.
Transmissão e cuidados
A Secretaria Municipal de Saúde de Xanxerê divulgou na última quinta um comunicado sobre o surto, mesmo estando controlado, para alertar as pessoas em relação aos cuidados a fim de evitar novas ocorrências como a da escola em questão.
Segundo a secretária, a doença é mais frequente em crianças não vacinadas, mas pode acometer também adolescentes e adultos. Ela se caracteriza por lesões na pele como manchas vermelhas, bolhas e feridas pelo corpo. O paciente pode apresentar ainda mal-estar, cansaço, febre baixa e dores pelo corpo.
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A transmissão ocorre por meio do contato com o líquido das bolhas e também pela tosse, espirro, saliva ou objetos contaminados pelo vírus.
As medidas de prevenção e cuidados compreendem a vacinação conforme calendário nacional; lavagem das mãos; isolamento das pessoas com varicela até todas as lesões virarem crosta (geralmente de sete a dez dias); desinfecção concorrente dos objetos e ambientes além de manter a ventilação dos ambientes.
As pessoas que apresentarem sinais e sintomas sugestivos de varicela devem procurar uma unidade de saúde para atendimento e devida orientação quanto a tratamento e cuidados necessários.
Vacina em falta
A vacina contra varicela foi introduzida no Calendário Nacional de Vacinação da rede pública em 2013. Ela é aplicada em duas doses, a primeira aos 15 meses de idade (tetraviral) e a segunda aos quatro anos (monovalente).
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No entanto, atualmente ela está em falta em alguns estados, como Santa Catarina. Em Xanxerê, por exemplo, as doses da monovalente estão escassas desde o ano passado, segundo a coordenadora de Vigilância em Saúde do município, o que deixa o esquema vacinal incompleto.
Ainda de acordo com a coordenadora de Vigilância em Saúde de Xanxerê, não há expectativa de chegada de novas doses para as crianças de quatro anos. O imunizante é enviado pelo Ministério da Saúde aos estados e distribuído para os municípios.
Em nota, o órgão federal informou neste mês, quando questionado sobre a falta de algumas vacinas, que está com dificuldade no recebimento de doses.
“Em relação à vacina contra a varicela, o Ministério da Saúde não está recebendo as doses de forma regular do laboratório produtor. Diante deste cenário, a pasta está fazendo aquisições emergenciais com outros fornecedores nacionais e internacionais para manter o abastecimento”, disse o ministro da Saúde em parte da nota direcionada à imprensa.
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O surto da doença registrado em Xanxerê, neste mês, não tem ligação com a recente falta de vacinas, visto que as doses são destinadas a crianças.
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