Com um novo surto de casos de Influenza (gripe), os hospitais de Santa Catarina têm uma nova preocupação, além da Covid-19. A situação tem motivado filas em diversas unidades de saúde e provocou um crescimento repentino de pacientes nos pronto-atendimentos de Joinville. Nos hospitais a situação não é diferente, com sobrecarga também no Hospital Infantil Jeser Amarante, que destacou a situação em um comunicado nas redes sociais, e no Hospital Bethesda, que afirmou estar em uma “situação crítica”.

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No Bethesda, a direção da unidade de saúde afirmou estar com superlotação no pronto-atendimento “o que está ocasionando grandes filas de espera”. De acordo com o hospital, nesta primeira semana de 2022 o número de atendimentos está acima do dobro da capacidade, que gira em torno de 150 pacientes por dia. 

“Assim sendo, não encontramos outra alternativa senão vir a público esclarecer esta lamentável situação crítica repetindo-se em todos os hospitais da cidade, a exemplo do que já ocorreu nos dois anos anteriores, e esperamos contar com a total compreensão e o apoio da população”, destaca o comunicado do Hospital Bethesda.

Já no Hospital Infantil, o aviso aponta a sobrecarga da estrutura da unidade, incapaz de atender o número de casos e que, por isso, haverá mais demora no tempo de espera por atendimento. Durante o fim de semana, houveram relatos de espera de até sete horas.

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Comunicado do Hospital Infantil nos stories do Instagram
Comunicado do Hospital Infantil nos stories do Instagram (Foto: Hospital Infantil Jeser Amarante / Reprodução)

Um dos pediatras do Hospital Jeser Amarante, Dr. Bruno Madruga, explica que a epidemia da gripe – entre outras doenças respiratórias – chegaram no fim do ano devido ao longo período de isolamento social. 

Outro fator que dificulta o atendimento é o desfalque na equipe de médicos do hospital, um problema recorrente em Joinville.

– Hoje no Hospital Infantil nós estamos trabalhando com o máximo de pediatras. Nós somos em três médicos pedriatras, mais os residentes, um cirurgião pediátrico e um ortopedista pediátrico, então nossa equipe aqui está completa. Só que existe um desfalque na cidade, é um problema que acontece em outros hospitais daqui também – explicou o pediatra em entrevista à NSC TV.

A H3N2 em Santa Catarina

Esta nova onda de casos de gripe se trata de uma nova variante da Influenza, chamada de H3N2. Desde o fim de novembro até dezembro, casos apareceram em vários estados, Santa Catarina já contando com 33. 

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A mutação descoberta nesta variante é diferente da usada para a fabricação das vacinas, o que diminui a imunidade das pessoas vacinadas anteriormente. Por isso o súbito aumento no número de casos. 

A transmissão do H3N2 acontece por meio do ar e através de gotículas que ficam suspensas quando a pessoa gripada tosse, fala ou espirra, além de acontecer por meio do contato direto com pessoas infectadas. Tal qual a transmissão de uma gripe comum e da Covid-19.

Confira os sintomas da H3N2:

  • Febre alta, acima dos 38ºC
  • Dor no corpo
  • Dor de garganta
  • Dor de cabeça
  • Espirros
  • Tosse
  • Coriza
  • Calafrios
  • Cansaço excessivo
  • Náuseas e vômitos
  • Diarreia, mais frequente de acontecer em crianças
  • Moleza

Hospitais particulares

Dentre os hospitais particulares que atuam em Joinville, o que mais recebeu pico de atendimentos foi o Dona Helena que, entre 20 de dezembro e 3 de janeiro, registrou aumento de 60% na demanda. 

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A maioria dos pacientes buscaram o atendimento por sintomas gripais, onde foi seguido o protocolo de coleta para testes de Covid. Quando o médico avalia a possibilidade de Influenza, segue o protocolo de 2017, receitando medicação preconizada e cedida pelo município sem coleta de exame.

O hospital afirma que não realiza coleta específica para Influenza aos pacientes em atendimento ambulatorial, somente nos internados na UTI com resultado de Covid negativo. Essa coleta de amostra é encaminhada para o Lacen realizar o painel viral. 

Até o momento, somente um caso positivo, que recebeu alta, esteve na unidade de internação.

Já na Unimed, nos últimos três dias, o Pronto Atendimento fechou com uma média de 693 pacientes atendidos por dia. Este número representa um aumento de 28% de aumento nos atendimentos. 

Conforme dados da unidade, nos dias 26 e 28 de dezembro foram 1.627 atendimentos no PA. Já nesta semana, entre os dias 2 e 4 de janeiro, foram 2.078. A maior parte dos pacientes busca atendimento para tratar os sintomas respiratórios, como tosse, coriza, dor de garganta e dor no corpo. 

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Com o número de atendimentos em alta, consequentemente, houve também aumento pela procura de testes de Covid-19. No entanto, os itens não chegaram a faltar na unidade. 

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