Surfar ondas gigantes exige prática, talento, equipe de segurança e um pouco de sorte. O brasileiro Will Santana que o diga. No início desta semana, o big rider foi engolido por uma onda gigante junto com o piloto de resgate Daniel Rangel na Praia do Norte, no mar mítico de Nazaré, em Portugal. A imagem repercutiu imediatamente nas redes sociais devido ao susto e o perigo de vida que os atletas tiveram.
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FOTOS: Melhores surfistas do mundo dão show no Big Wave Challenge em Nazaré
Canhão desperta para a temporada de ondas gigantes no tempo das ondas gigantes
Will participava das gravações da competição Gigantes de Nazaré quando se preparava para surfar um paredão “daqueles”. Quando viu que a crista estouraria em cima de si, decidiu pular na água, sendo submergido pelas águas.
– Peguei uma onda muito, muito grande (…). Só que a onda já estava muito enorme, e aí ela já veio me engolir. Eu não consegui cortar a tempo. Cara, eu tomei um caldo absurdo, fiquei muito, muito, muito tempo embaixo d’água. Foi bizarro e assustador – conta Will ao NSC Total.
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O mar continuou intenso e Daniel Rangel acelerou o jet ski pra realizar o resgate e encontrou Will. Só que uma nova onda gigante surgiu e acabou por engolir os dois, o que tornou a situação ainda mais dramática.
Quando viu o “tsunami” surgindo às costas, Daniel Rangel pulou do jet ski para evitar maiores danos. E Will, que vinha agarrado no sled do veículo, tomou um segundo caldo.
– O jet desceu pra me resgatar só que o cara estava com muito medo. O ideal seria ele esperar e me pegar na onda de trás. Então, ele entrou rápido e arriscou também a vida dele pra me salvar. Só que não dava mais tempo e a onda engoliu a gente. Ele pulou do jet, eu fiquei no sled, tomei uma segunda onda, foi um caldo absurdo – acrescenta Will.
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Will e Daniel Rangel foram resgatados por Lucas Chumbo, o último vencedor do Gigantes de Nazaré, ao lado do tetracampeão de skimboard, Lucas Fink.
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– Foi assustador. Eu estou com a perna, as costas e o ombro bem mal aqui. Mas pela situação do acidente, cara, eu estou bem. Poderia ser algo bem pior, podia ter morrido fácil ali – completa ao NSC.
O big rider sergipano já tinha passado por uma experiência surreal em Nazaré durante a tempestade Hermínia que assolou a Europa no final de janeiro. Os incidentes naturais intensificaram a força do Canhão de Nazaré e provocaram uma semana de ondas gigantescas na Praia do Norte.

Will Santana pegou uma “bomba” que poderia chegar aos 30 metros. Em cima da prancha, viveu um momento pra ser recordado por toda vida, quando desceu de um super paredão em Nazaré.
A temporada de big waves geralmente acontece entre outubro e março, quando as tempestades no Atlântico geram ondulações potentes que se deslocam em direção à costa. O fenômeno é intensificado graças à formação geológica subaquática do Canhão de Nazaré.
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O Canhão é uma enorme ravina submarina que se estende por cerca de 230 quilômetros, com uma profundidade que pode ultrapassar os 5.000 metros. Sua formação geológica é resultado de movimentos tectônicos e da erosão ao longo de milhares de anos. À medida que as ondas do Atlântico se aproximam da costa, a profundidade do canhão provoca uma propulsão que gera aumento repentino na altura das ondas.
*Diego Guichard é correspondente do NSC Total em Portugal







