Um suposto caso envolvendo a invasão de uma casa por policiais militares de Santa Catarina é investigado pelo Ministério Público e a Corregedoria da Polícia Militar. A denúncia foi feita por uma moradora de Florianópolis, que é militante do Partido Comunista Brasileiro (PCB). O caso teria ocorrido em agosto deste ano.
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O caso foi divulgado inicialmente pelo Portal Catarinas na quarta-feira (19). Conforme a advogada que representa a jovem, Luzia Cabreira, a invasão ocorreu em 27 de agosto no bairro Itacorubi. A mulher, que é militante de um partido político, estava sozinha em casa quando foi surpreendida por três policiais militares, sendo que apenas um deles estava uniformizado — com roupas do BOPE (Batalhão de Operação Especiais) e armado.
Ao entrar no local, os dois começaram a revirar móveis e a questionar a jovem se ela “tinha namorado” e se ela morava ali. A jovem alega que nenhum dos agentes possuía mandado de busca e apreensão no momento da abordagem. Os três foram embora sem levar nenhum pertence.
— Antes de entrar, a proprietária da casa perguntou para eles quem eles eram. Os policiais alegaram que conheciam a jovem e que estavam no local para fazer uma visita — conta a advogada.
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Cabreira, que também é militante do partido, conta que uma situação semelhante ocorreu com outra jovem na madrugada de 26 agosto. Porém, os policiais não chegaram a entrar na casa, já que foram barrados pela síndica do local.
A advogada, que representa a jovem, conta que o caso deixou a mulher extremamente abalada.
— Elas ficaram extremamente abaladas, tanto que uma nem quis que a gente levasse o nome dela à corregedoria e ao MP. Já a outra saiu do local onde morava — conta.
Em 1º de setembro, o caso foi denunciado para a Corregedoria da Polícia Militar de Santa Catarina, que instaurou um inquérito para apurar o caso. Ainda segundo a advogada, a expectativa é que a jovem seja ouvida pela equipe na próxima semana.
Por meio de nota, a PM confirmou a abertura do inquérito e a apuração dos fatos. A respeito do possível envolvimento de equipes do BOPE, a polícia afirmou que não encontrou ocorrência nesse sentido:
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“O comando do BOPE não identificou nenhuma ocorrência nesse sentido com a participação da guarnição especializada citada. No entanto, informamos que no dia 02 de setembro de 2022 foi instaurado Inquérito Policial Militar (IPM) pelo Batalhão de Operações Especiais (BOPE), para apuração dos fatos, após denúncia encaminhada pela Corregedoria da Polícia Militar de Santa Catarina”.
Além disso, segundo a advogada, uma reunião com a Corregeoria, membros da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e representates de gabinete de dois deputados estaduais foi realizada afim de relatar a situação.
O Ministério Público de Santa Catarina (MPSC) também investiga o caso por meio da 42ª PJ da Comarca da Capital. Mais detalhes, no entanto, não foram divulgados.
Em nota, o PCB chamou a ação dos policiais como “absurda” e elencou outros episódios no qual reprovou o que chamou de truculência policial.
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“É um absurdo a forma como a polícia coage e violenta os lutadores sociais e os defensores dos direitos humanos, porque não somos criminosos, apenas estamos em busca de nossos direitos e de uma sociedade sem opressão”, escreveu o partido em nota.
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