Ao assumir a vaga de Natan Donadon na Câmara dos Deputados, Amir Lando (PMDB-RO) disse que volta ao Congresso para defender sua antiga marca: a bandeira anticorrupção.

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– A corrupção está corroendo sobretudo as instituições do País. Nós não podemos mais conviver com este tipo de desperdício – afirmou o suplente.

Na tarde desta quinta-feira, 29, Lando substituiu oficialmente Donadon, que foi condenado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) a mais de 13 anos de prisão por peculato e formação de quadrilha e cumpre sua pena no Complexo Penitenciário da Papuda, no Distrito Federal.

Na chegada, Lando disse que, como qualquer cidadão, ficou indignado com a manutenção do mandato parlamentar de Donadon e que o povo tem “o direito de execrar” o episódio, mas que cabe aos parlamentares “criar algo novo para apagar esse momento obscuro do Congresso”. O mais novo deputado da Câmara disse que a “herança didática” da sessão desta quarta, 28, deve ser a extinção do voto secreto através da aprovação da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) do Voto Aberto.

– Ou a gente muda, ou seremos mudados – previu o novo parlamentar.

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Lando afirmou que o Congresso vive um momento de crise, que é possível resgatar a imagem do Parlamento, mas que a sociedade exige mudanças. O peemedebista defendeu o restauro da moralidade pública, da ética na política e de mais transparência nas ações da Câmara. Ele ainda criticou o corporativismo do Congresso e disse que a população não quer assistir mais a situações como a vivida nesta quarta-feira.

Confira as explicações dos deputados gaúchos que não compareceram à sessão que manteve o mandato de Donadon:

Comoção

Ele revelou aos jornalistas que nos últimos tempos atuava como advogado, que em nenhum momento interferiu no processo para voltar a ser parlamentar e que as coisas aconteceram “por força do destino”. Ex-senador, Lando disse que acompanhou a sessão pela TV e percebeu que o resultado seria favorável a Donadon quando o quórum da votação estava baixo, apesar de mais parlamentares terem registrado presença na Casa.

– [O resultado] não me assustou. Eu sou calejado no Congresso e percebi que a votação seria desfavorável ao parecer [que pedia a cassação] – comentou.

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Para ele, Donadon foi hábil ao conseguir despertar a compaixão dos colegas.

– A emoção sempre foi o grande êmbolo das assembleias. Um discurso de emoção, de clemência, tocou muita gente. E é isso o que aconteceu: a emoção conduziu a decisão – avaliou.

Aos jornalistas, Lando criticou a ausência das “lideranças de primeira linha” na sessão de ontem e atacou os líderes que agora lamentam um preso continuar deputado.

– Depois do fato consumado, não adianta chorar o leite derramado.