Amani Valentin chega na Praia da Joaquina carregando uma bolsa térmica, é cumprimentado por quase todos os surfistas, que já perguntam: “tem a tradicional aí?”. Ele abre o sorriso e diz que sim, vende as trufas que aprendeu a fazer com a sua avó, mas logo tem que sair de cena. É hora de trocar de roupa, pegar a prancha e disputar mais uma bateria do SuperSurf, circuito nacional que voltou a ser realizado em 2015 depois de três anos de ausência.
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Falta de ondas adia 3º dia do SuperSurf em Floripa
O retorno da competição foi a motivação que faltava para o paranaense Amani, que mora há 10 anos em Florianópolis, voltar com força total ao circuito profissional. Não só ele, mas boa parte dos 160 competidores que estão em Florianópolis e não têm a badalação e os grandes patrocínios de Gabriel Medina e companhia na elite do Circuito Mundial.

– A realidade para quem está começando do zero é muito cruel, tem que tirar dinheiro do próprio bolso, pedir ajuda dos amigos. Mas era um sonho participar do SuperSurf e se for bem, dá para tirar uma grana – afirma Fininho. Caso ele termine na 25ª colocação em Florianópolis, receberá R$ 350 premiação que vai aumentando até R$ 4,5 mil para o terceiro colocado, R$ 9 mil para o segundo, e R$ 15 mil para o campeão.
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Circuito forte, surfistas valorizados
O SuperSurf começou na quarta-feira, mas o gaúcho Gustavo Bertotto, 28 anos, só viajou a Floripa hoje, em cima do seu horário de estreia, pela quarta fase. Teve que esperar por conta do trabalho na construção civil em Capão da Canoa e para economizar algumas estadias.
– Não é barato competir, só a inscrição custa mais de 200 reais. Mas a gente fazendo esse circuito ser um sucesso, renovando para o ano que vem, com uma sequência de eventos, vai valorizar o circuito e trazer as marcas de volta – opina Bertotto, lembrando que a tendência é que, a partir de 2016, o SuperSurf se torne fechado para um grupo seleto de participantes de acordo com o ranking do ano anterior, como era nos tempos áureos do circuito na década passada. Com isso, os atletas esperam uma competição ainda mais forte e prestigiada, que atraia mais investidores.
– Estava faltando um circuito forte, isso vai alavancar o surfe no Brasil, fazer com que os empresários divulguem mais suas empresas através do SuperSurf – defende o paulista Douglas Noronha, que é entregador de pizzas em Santos para custear suas competições.
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Veja as baterias que estavam previstas para sexta-feira:
(falta de ondas adiou a competição)
