No oitavo dia de greve dos caminhoneiros, o desabastecimento começa a afetar outros setores dos supermercados do Vale do Itajaí. Na semana passada, os primeiros reflexos já ocorreram nas áreas de frutas de verduras. Agora, produtos como carne, leite e, em algumas lojas, ovos e feijão também estão em falta nas prateleiras. Segundo o presidente da Associação Catarinense dos Supermercados (Acats), Paulo Cesar Lopes, a situação ocorre na maior parte dos 1,3 mil associados do Estado.
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– Há regiões produtoras, alguns conseguem abastecer por passar em locais onde não há barreiras, mas de maneira geral os estabelecimentos estão com dificuldade, sobretudo na parte de perecíveis, frutas, verduras, legumes, ovos e carne – avalia.
Confira abaixo a situação nos principais supermercados de Blumenau:
Bistek
A loja do bairro Garcia informou que o desabastecimento o setor de carnes, onde só há disponibilidade de produtos embalados a vácuo, e também falta feijão, arroz (só há embalagens de cinco quilos), ovos e cebola. O setor de legumes também é afetado.
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Já a unidade do bairro Itoupava Norte informou que a falta de produtos afeta a área de frutas e principalmente de legumes. Nesses itens, só há produtos que estão na área de compras, não há mais estoque de reserva.
Fort Atacadista
O supermercado informou que não recebe carregamentos desde terça-feira, possui apenas alguns itens de frutas mais resistentes. Alguns cortes de carne e frango também faltam, mas ainda há estoque nessas áreas. Itens como leite, óleo e arroz têm venda limitada aos consumidores.
Galegão
A rede informou que apenas no setor de hortifrúti tem problemas de falta de produtos, mas que tem conseguido manter o abastecimento praticamente normal por levar produtos do centro de distribuição às lojas. Mesmo assim, a venda de leite está limitada a uma caixa de 12 unidades por cliente e a carne restrita a três quilos por pessoa, com a intenção de atender mais pessoas com o estoque disponível.
Angeloni
A loja do bairro da Velha também relatou falta de diversos produtos no setor de hortifrúti. Também há problemas nos segmentos de frios, com itens como presunto, e de leite integral (ainda há a opção desnatado). Há estoque limitado também de carne, produto em que a venda está limitada a três quilos por cliente.
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Na loja da Fonte Luminosa, a venda também está limitada a três quilos por cliente. O estoque de carne é de 500 quilos, mas mesmo assim há possibilidade de que essa quantidade termine ainda nesta segunda-feira. A quantidade de leite ainda deve ser suficiente para os próximos três dias. A maior falta de produtos também ocorre no setor de hortifrúti.
Rede Top
Como um dos maiores bloqueios da região fica praticamente na frente do Centro de Distribuição (CD) da rede, há dificuldade para transportar os produtos do CD e muitas lojas já sentem falta de produtos como leite e carne in natura, além de itens de frutas e verduras, que ocorre também em outros supermercados. As lojas que ainda têm estoque nesses setores também aderem à venda racionada. A direção cogita a possibilidade de fechar as lojas uma hora mais cedo devido ao baixo movimento e à falta de alguns produtos.
Giassi
A assessoria informou que não repassaria informações sobre o estoque dos estabelecimentos. À tarde, a reportagem esteve no estabelecimento e verificou escassez em produtos como verduras, carne e álcool.
Cooper
A assessoria informou que não repassaria informações sobre o estoque dos estabelecimentos.
Big
O estabelecimento não atendeu aos canais de telefone informados na internet. Em visita da reportagem, também foram constatados baixos estoques de carne e de verduras.
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Feiras livres
O chefe das Feiras Livres José Victor Iten informou que dos 52 feirantes que costumam comparecer na Feira Livre do Parque Vila Germânica, apenas 30 estão trabalhando nesta segunda-feira. O movimento de clientes também é considerado baixo pela escassez de combustível e linhas de ônibus. Ainda assim, os feirantes que estão trabalhando têm dificuldade de abastecimento de alguns produtos. A situação afeta com mais força frutas como abacaxi, mamão, maçã e legumes de época, como brócolis, couve-flor e agrião. Batata, cenoura e beterraba também têm abastecimento limitado.
Ceasa
Na Central de Abastecimento (Ceasa) de Blumenau, no bairro Salto do Norte, dos 39 boxes, aproximadamente 15 estavam abertos, mas com estoque reduzido segundo o vice-presidente da Associação dos Boxistas da Ceasa, Cesar Filippi. Alguns ainda tinham produtos como abacaxi e melancia, mas os chamados carros-chefe, como tomate, laranja, batata e cebola estavam desabastecidos. Sem o fim da mobilização, a previsão é de que na terça-feira o número de expositores seja ainda menor.