A unidade do Carrefour de Porto Alegre, local onde o homem negro João Alberto de Freitas foi morto, reabriu nesta segunda-feira (23). O crime aconteceu no estacionamento do estabelecimento na quinta-feira, às vesperas do dia da Consciência Negra. Na sexta-feira (20), o supermecado não abriu e seguiu fechado até esta segunda às 8h.
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Nas paredes e nas grades do mercado, pixações e cartazes mostram a indignação da população com o crime ocorrido no local, com frases como “vidas negras importam”. Em entrevista ao G1, o vigilante Alexandre Moreira Oliveira, que é morador do bairro e passa todos os dias em frente ao supermercado, falou sobre a morte do cidadão negro:
— Desumano foi. A gente é preparado pra abordar e tirar pessoas, não bater. É triste. Nós passamos por preconceito direto e isso só indigna.
O crime
João Alberto de Freitas, um homem negro de 40 anos, foi espancado no supermercado Carrefour por dois seguranças brancos. Os suspeitos foram presos preventivamente. A vítima, que fazia compras com a esposa, teria ameaçado agredir uma funcionária, que chamou a segurança.
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Os dois homens brancos o conduziram até o estacionamento. A vítima conferiu um soco em um dos seguranças e posteriormente foi espancado até a morte.
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A Polícia Civil já colheu alguns depoimentos das testemunhas do ocorrido e segue investigando o caso. O advogado de defesa de um dos suspeitos afirma que não foi um crime por motivação racial e que o segurança não teve a intenção de matá-lo.
O advogado Fabiano Machado da Rosa, em conversa com o G1, afirma que não há dúvida de que os dois seguranças tiveram motivação racial no crime.
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— Nós percebemos que aqueles dois criminosos agiam quase como se não houvesse a mínima possibilidade punição. Esse ponto precisa ficar muito claro nesse acontecimento. Não foi um incidente, esse crime, foi simplesmente a confirmação de espirito de impunidade.
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