Na tentativa de revitalizar o mítico Super-Homem, o diretor Zack Snyder e o produtor Chris Nolan aposentaram a caricata sunga vermelha do seu Homem de Aço, mas tomaram o caminho trilhado por Richard Donner há 35 anos com Superman – O Filme. Experiente em adaptações de clássicos dos quadrinhos para as telas, a dupla recorre à mesma fórmula de explorar a origem do personagem, com um elenco galáctico, porém sem economizar na ação e nos recursos visuais.

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Por mais de uma hora o filme se arrasta nas explicações sobre a natureza de Kar-El (Clark Kent no RG terráqueo), enviado à Terra ainda bebê na tentativa de seu pai, o cientista Jor-El (Russel Crowe), de salvá-lo da extinção de Krypton e de preservar sua espécie. Clark (Henry Cavill) é um adulto em uma jornada para entender as razões dos fenômenos que atormentam a sua vida desde criança, dividido entre os valores morais terrenos e a compreensão da sua real procedência. Uma pitada de Pearl Jam na trilha sonora do maestro Hans Zimmer confere a faceta indie do novo Superman.

É a partir do encontro com Jor-El que ele entende a sua missão de grande protetor da humanidade. Justo no momento em que um personagem do passado ressurge para conferir a verdadeira ação ao filme: o general Zod (Michael Shannon), que chega à Terra para subjugar Kar-El e fazer do planeta um campo para a recriação de Krypton. O Super-Homem de Snyder é fruto de uma relação natural entre seus pais biológicos, contrariando os dogmas kriptonianos, mas ele não titubeia em tomar partido pela humanidade. Tanto que o estopim para a sequência de batalhas, destruição e lutas é a ameaça do vingativo general à mãe adotiva do herói.

Ah, sim, tem a repórter e musa Lois Laine, com Amy Adams um tanto deslocada na trama. Além da sunga, você vai notar também a ausência do maior dos arquirrivais do Superman: Lex Luthor. Com que audácia? O produtor Chris Nolan sempre rechaçou comparações entre o Homem de Aço e seu Batman, mas talvez a pista venha justamente de O Cavaleiro das Trevas, quando ele reservou o magnânimo Coringa para o segundo filme da trilogia.

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