Pelo menos 45 pessoas morreram e mais de 100 ficaram feridas em um festival religioso de judeus ortodoxos na madrugada desta sexta-feira (30) na região norte de Israel. A imprensa local estima que mais de 100 mil israelenses, vindos de todas as partes do país, participaram do evento.
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Ainda não se sabe ao certo as causas da tragédia. Inicialmente a explicação era de que um palco ou uma arquibancada havia desabado e gerado confusão e correria. Imagens mostram que o local estava superlotado e a multidão andava em procissão perto de uma fogueira.
Os judeus contam que a polícia bloqueou uma das rampas de saída do evento e, na confusão, com milhares de pessoas tentando se movimentar em um espaço lotado, umas caíram sobre as outras. Enquanto novos convidados continuavam entrando, uma das saídas estava bloqueada, o que gerou tumulto, fazendo algumas pessoas escorregarem em degraus, sendo pisadas pela multidão que vinha atrás, inclusive crianças.
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Uma testemunha contou o ocorrido ao jornal Maariv:
— A polícia não reabriu (a barreira) até que se rompeu e toda a multidão explodiu para os lados. Dezenas de pessoas morreram esmagada, uma catástrofe — disse.
Segundo informações da AFP, o comandante da polícia da região norte, Shimon Lavi, disse à imprensa que “assume a responsabilidade” pelo desastre.
O início da confusão teria acontecido após a meia-noite. As equipes de emergência foram acionadas e helicópteros foram mobilizados para resgatar os feridos. Os socorristas tiveram dificuldade para chegar até as vítimas devido à multidão. A maiora das mortes foram constatadas no local do evento, enquanto algumas foram registradas após atendimento em um hospital da região. Dezenas de pessoas estão internadas em estado grave, segundo a imprensa do país.
Manifestação do primeiro-ministro
O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, visitou o local da trajédia e escreveu em sua conta no Twitter: “O desastre do Monte Meron é um dos maiores desastres que abateu-se sobre o Estado de Israel. Havia cenas de partir o coração aqui, pessoas esmagadas até a morte, incluindo crianças. Conduziremos uma investigação completa, séria e profunda para garantir que tal desastre não ocorra novamente”.
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O político ainda decretou um dia nacional de luto no domingo e se solidarizou com as vítimas e familiares. O premiê informou que muitos mortos ainda não foram identificados e pediu para que as pessoas evitassem espalhar boatos pelas redes sociais “porque isso está rasgando o coração das famílias”.
Em eventos anterior, no ano de 2019, um ano antes da pandemia que levou ao cancelamento da peregrinação de 2020, os organizadores estimaram que 250 mil pessoas compareceram ao local.
Pandemia em Israel
Essa foi a maior aglomeração ocorrida em Israel desde o início da pandemia. A festividade ocorreu com alertas das autoridades sanitárias, que lembraram a população sobre o risco de um evento nessas proporções. Apesar de a vacinação estar avançada em Israel, o vírus não está controlado.
Desde dezembro, mais de cinco milhões de israelenses foram vacinados com as duas doses da vacina contra Covid-19, totalizando 53% da população. Há um mês, o país vem voltando às atividades normais, mas recomenda a utlização de máscara e o distanciamento, medidas que não foram seguidas no evento.
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Festa religiosa Lag BaOmer
A peregrinação celebra o feriado judaico de Lag BaOmer. O evento ocorre no Monte Meron, na região Norte do país, em torno do túmulo do Rabino Shimon Bar Yojai, um talmudista do século 2 que é creditado por escrever o Zohar, obra central do misticismo judaico. O evento é dedicado a celebrar o aniversário de morte do sábio.
Outra tradição que faz de Lag BaOmer um dia de celebração é o fim de uma epidemia devastadora entre os alunos de uma escola talmúdica da época. O festival comemora procissões, danças, cantos, rezas e fogueiras.
*Sob supervisão de Augusto Ittner
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