A superlotação na Central de Triagem, o Cadeião do Estreito, chegou ao limite na manhã desta quinta-feira, quando o diretor Silvio Provin negou receber três presos encaminhados pela Central de Polícia da Capital. O local que possui 64 vagas, abriga atualmente 160 homens. Segundo o diretor, os detentos estão se amotinando, confeccionando armas com pedaços de ferros das celas e ameaçando se rebelar:

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– Se eu aceitar mais gente aqui, a situação vai ficar fora de controle. Só no mês passado foram três tentativas de fuga declarou o diretor.

Foto: Betina Humeres / Agência RBS

Silvio disse que está previsto a transferência ainda nesta quinta-feira de 20 detentos para a Penitenciária da Capital e, somente após fazer uma revista nas celas, vai avaliar a situação.

Prisões

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Os três homens foram detidos durante a madrugada e passaram a noite algemados em um chão de cimento na garagem da Central de Polícia, que teve recentemente a cela derrubada. Após a negativa de recebimento no Cadeião, eles retornaram para a Central, e permanecem algemados na garagem. O delegado de plantão, que preferiu não dar entrevista, falou que já tomou as providências que podia e aguarda alguma orientação do que fazer com os presos.

A Defensoria Pública Estadual foi acionada e vai entrar com o pedido de habeas corpus para os três homens, além de um preventivo para todos os casos de prisões em que não houver local para colocar os presos.

– Se o Estado não apresenta local adequado para manter os presos, tem que soltar. Na situação que eles estão, o recolhimento é ilegal – disse a defensora Fernanda Rudolfo.

Um dos homens foi detido por tentativa de furtou, outro por tráfico e o terceiro foi o cumprimento de um mandado de prisão, por receptação.

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Segundo a defensora pública, uma resolução publicada no Diário Oficial da União em 1º de agosto deste ano assinada pelo Delegado-Geral da Polícia Civil, Aldo Pinheiro D’Ávila, proíbe a permanência de presos nos prédios da Polícia Civil. A resolução ainda fala que no caso de recusa de recebimento pelo sistema carcerário, o delegado deverá remeter um ofício para o Juiz de Plantão, Promotor de Justiça de Plantão, ao Presidente da OAB e à Corregedoria da Secretaria de Justiça e Cidadania.

O diretor do Departamento de Administração Prisional, Leandro Lima, informou a que a Secretaria de Justiça e Cidadania irá se pronunciar oficialmente no fim da tarde de hoje.