Um artigo publicado na revista científica Journal of Neuroscience tenta esclarecer o que há de especial nos “superidosos”, pessoas de 80 anos ou mais cuja capacidade de memória equivale a de um indivíduo 20 a 30 anos mais jovem. Segundo o estudo, o cérebro de pessoas classificadas neste subgrupo têm menos atrofia (encolhimento) do que o normal.  Com informações do O Globo

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A pesquisa foi feita na Espanha com 64 “superidosos” e 55 idosos com capacidade de memória comum para a idade. Os participantes realizaram vários testes para avaliar a memória e as habilidades motoras e verbais. Eles também foram submetidos a exames cerebrais e coleta de sangue, além de responderem a perguntas sobre seu estilo de vida e comportamento.

Os resultados mostraram que os “superidosos” tinham volumes superiores em áreas do cérebro importantes para a memória, principalmente o hipocampo e o córtex entorrinal. Eles também tinham uma conectividade mais preservada entre as regiões da parte frontal do cérebro que estão envolvidas na cognição.

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Os indivíduos dos dois grupos analisados apresentaram sinais mínimos de presença da Doença de Alzheimer no cérebro, explicou Bryan Strange, professor de Neurociência Clínica da Universidade Politécnica de Madri, na Espanha, que liderou os estudos. A informação é importante para descartar influências nos resultados da pesquisa

— Ao termos dois grupos com baixos níveis de marcadores de Alzheimer, mas com diferenças cognitivas e cerebrais marcantes, estamos realmente falando de uma resistência ao declínio relacionado à idade.

A nova pesquisa publicada no Journal of Neuroscience vai de encontro com um dos primeiros estudos sobre os “superidosos”, publicado pela Universidade Northwestern, nos Estados Unidos, em 2022. Naquela época, o artigo mostrou que os cérebros dos “superidosos” pareciam mais com os cérebros de pessoas de 50 ou de 60 anos do que com os de seus pares de 80 anos. Além disso, quando acompanhados por vários anos, os cérebros dos “superidosos” se atrofiaram em um ritmo mais lento.

Ainda não há informações de quantos “superidosos” existem no mundo. Contudo, Emily Rogalski, professora de Neurologia da Universidade de Chicago, responsável pela pesquisa de 2022, acredita que eles sejam “relativamente raros”, observando que “muito menos de 10%” das pessoas que ela atende preenchem os critérios.

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Como ser um superidoso? 

Os “superidosos” são pessoas enérgicas, mais motivadas e com mais disposição, diz o estudo. Entretanto, os cientistas ainda não sabem como alguém pode se tornar um indivíduo desse subgrupo, embora tenham notado algumas diferenças nos comportamentos de saúde e estilo de vida entre os dois grupos no estudo espanhol.

Os resultados do artigo mostraram que os “superidosos” tinham uma saúde mental e física ligeiramente melhor, incluindo em termos de pressão arterial e de metabolismo da glicose, e tiveram um desempenho superior num teste de mobilidade. Os “superidosos” não relataram fazer mais exercícios em sua idade atual, porém eram mais ativos durante a meia-idade.

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