O supercomputador brasileiro Tupã, responsável pelo monitoramento do clima e previsão de estiagens no país, está com os dias contados. Na noite desta segunda-feira (14), o diretor do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), Clézio di Nardin, anunciou que um novo equipamento já foi comprado para substituir o antigo aparelho.

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“Nós já aprovamos no PNUD (Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento) um projeto para compra de um outro computador de alto desempenho equivalente ao Tupã”, afirmou Nardin, em vídeo divulgado pelo Ministério de Ciência Tecnologia e Inovações (MCTI).

O anúncio do diretor do Inpe acontece após o Instituto Brasileiro de Proteção Ambiental (Proam) encaminhar representação aos ministérios públicos Federal e de cinco Estados pedindo urgência na gestão da crise e a manutenção do monitoramento realizado pelo Inpe. De acordo com o Proam, o desligamento do Tupã estaria relacionado ao corte no orçamento do instituto, que em 2021 teve o menor repasse de verbas da história.

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Porém, a fala do diretor do Inpe contrasta com as declarações de outro membro do instituto, o coordenador-geral de Ciências da Terra do Inpe, Gilvan Sampaio de Oliveira. Ele afirmou em comissão da Câmara dos Deputados realizada na manhã desta Terça (15), que os novos equipamentos não apresentam o mesmo desempenho do supercomputador.

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De acordo com Oliveira, uma máquina menos potente foi adquirida em 2018 e já vem sendo usada pelo instituto. O novo computador adquirido pelo Inpe com recursos do PNUD, porém, também seria um equipamento de menor capacidade em comparação ao atual Tupã.

“Tanto a máquina que adquirimos em 2018, quanto essa máquina que vem agora com recursos do PNUD, através no MCTI para aprimorar os modelos numéricos, são paliativos”, afirmou Oliveira.

“O que nós realmente precisamos é de recursos para adquirir uma máquina de grande porte, que permitirá que avancemos mais rapidamente em todo o sistema nacional de meteorologia”, completou.

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A discussão em torno da substituição do Tupã ocorre em meio à ameaça de crise hídrica para a segunda metade do ano e possível racionamento de energia. Além disso, o computador também é utilizado no monitoramento de áreas desmatadas, que vem aumentando na Amazônia. Segundo informações o Inpe divulgadas pela AFP, a área desmatada em maio foi 41% superior à registrada no mesmo período do ano passado.

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