A vantagem da Europa no comércio exterior com o Brasil cresce mês após mês. Dados divulgados nesta terça-feira, mostram que o saldo comercial positivo dos europeus com os brasileiros atingiu 2,3 bilhões de euros no acumulado de janeiro a abril de 2013. O valor é 228% maior que o observado um ano antes, quando o saldo somava 700 milhões de euros.
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Números da agência de estatísticas da União Europeia, a Eurostat, mostram que a vantagem europeia no comércio é resultado basicamente da queda da importação de produtos brasileiros pelos europeus. De janeiro a abril, os 27 países da União Europeia compraram 10,7 bilhões de euros dos brasileiros. O valor é 11% menor que o visto em igual período de 2012.
Por outro lado, as exportações europeias ao Brasil não param de crescer – ainda que a um ritmo mais lento. Nos quatro meses, foram embarcados 13 bilhões de euros em mercadorias produzidas na Europa para o mercado brasileiro. O valor é 1% maior que o registrado um ano atrás em igual período de janeiro a abril. Atualmente, o Brasil é o oitavo maior destino das exportações europeias, atrás dos Estados Unidos, Suíça, China, Rússia, Turquia, Japão e Noruega.
Apesar de ser o oitavo na lista das exportações, o Brasil ocupa a quarta posição no ranking dos maiores superávits comerciais da Europa. Essa diferença – entre exportações e saldo comercial – acontece porque, proporcionalmente, europeus estão importando cada vez menos do Brasil. A cada 1 euro exportado ao Brasil, o velho continente importa atualmente 0,83 euro dos brasileiros. Um ano atrás, europeus compravam 0,94 euro para cada 1 euro vendido ao País. Ou seja, a vantagem europeia só cresce.
Indústria
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A explicação para a piora dos números pode ser encontrada a milhares de quilômetros do velho continente, na sede do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), em Brasília. Segundo números do governo brasileiro, a venda de produtos brasileiros manufaturados à União Europeia caiu 20,2% de janeiro a abril na comparação com igual período do ano passado. Isso quer dizer que o Brasil deixou de exportar US$ 1,2 bilhão – cerca de R$ 2,7 bilhões – à Europa apenas em manufaturados nos quatro primeiros meses do ano.