Os suinocultores catarinenses voltaram a ver melhora nos valores de venda depois de anos de prejuízos no setor. Santa Catarina é o Estado com maior produção independente de suínos do Brasil, onde 12 mil famílias vivem da atividade.

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A mudança no preço foi sentida por pessoas como Daniel Michels, criador independente de suínos em Braço do Norte, no Sul do Estado. Ele não é ligado nenhuma indústria ou cooperativa, e já pensou até me largar o ramo.

Agora, com o custo de produção mantido e o preço de venda elevado, essa deixou de ser uma opção.

— Hoje a suinocultura está boa. Está um cenário muito bom para nós. Desde 2021 até dois três meses atrás, a gente perdeu muito. Eu perdi aproximadamente R$ 1,7 milhão — conta Daniel, criador de suínos

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Em 2021, período de queda nas vendas, houve um prejuízo para os suinocultores de R$ 180 por animal. Atualmente, o saldo é positivo, com custo de criação de R$ 670 e valor de venda de R$ 930.

Com a crise, Daniel chegou a diminuir em 20% o número de animais na granja. Por isso também, agora com a melhora no faturamento, ele pretende agir com cautela.

— Botar as contas em dia e criar um saldo para comprar as coisas mais à vista. Porque hoje tudo mata, então tem que ter muita cautela nisso. Tentar pagar as contas e deixar uma reserva — relata.

A melhora no valor de venda está ligada à exportação, com o mercado externo aquecido, que provoca falta de carne no mercado interno. Essa demanda é atendida pela produção independente.

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Entre janeiro e outubro deste ano, foram 1,1 milhão de toneladas de carne suína exportadas pelo Brasil, número que representa um crescimento de 10%.

— O Brasil está batendo recorde de exportação, o mercado externo está muito bem. A crise fez com que muitos produtores baixassem o plantel ou deixassem da atividade. Então nós temos uma menor produção, para o mercado interno, onde o preço do suíno melhorou para o produtor — destaca Agir Engel, presidente da Região Sul de Criadores de Suínos de Santa Catarina.

A mudança no valor de venda para os suinocultores também fez com que o criador Valerio Perin Júnior deixasse de lado a ideia de desistir. Ele chegou a ter um prejuízo de R$ 3 milhões, e agora vê outro cenário.

— Antigamente tu tinha que vender o suíno mais leve para ter dinheiro pra ração dos porcos. Foi muito difícil trabalhar, como estava não tinha condições. Hoje realmente está mais tranquilo, a gente pode deixar o porco um pouco mais pesado —conta Valerio.

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*Com informações de Globo Rural

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