Bastam cinco minutos de conversa para perceber que de estrela Leo Maier não tem nada. Apesar do sucesso na noite blumenauense, o músico de 29 anos prefere ficar longe do deslumbre. Apaixonado por blues e seus afluentes, diz que ser bem-sucedido profissionalmente não tem nada a ver com ser famoso. Esse, aliás, não é seu objetivo. Assim como Miles Davis, cuja obra reverencia, Leo quer ser uma espécie de guru musical em Santa Catarina. Tem como meta tocar as pessoas com a alma do blues, do rock, do jazz e o que mais vier pela frente. Não liga para preconceitos. Quer fazer som à sua maneira.
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O sonho não é recente. Sua história na música começou aos 14 anos. O primeiro aliado foi um velho violão emprestado da avó. Foram seis meses de aula até dominar o instrumento. Um ano depois, um presente do pai: a primeira guitarra da coleção.
– Minha mãe me motivou, porque acho que queria que eu tocasse músicas do Roberto Carlos (risos). Em contrapartida tinha uma vizinha que me levava para a escola e sempre colocava no carro CDs do Raimundos, do Guns N?Roses. Eu escutava as guitarras e pirava. A junção de tudo isso despertou a vontade de tocar – conta.
Hoje Leo vive somente da arte, mas até os 20 anos não enxergava a música como ganha-pão. Já trabalhou em locadora, farmácia e hospital, de onde saía no fim do expediente para se apresentar nos bares da cidade.
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– Era uma pessoa durante o dia e outra à noite. Acho que era falta de direção sobre o que eu queria. A vontade de viver disso 24 horas por dia (além de tocar e compor, ele também dá aulas) é bem recente, de uns cinco anos para cá.
Talento reconhecido e disco a caminho
O EP Leo Maier Trio, lançado neste mês, é um aperitivo do que prepara para o futuro. O músico adianta que tem mais um disco a caminho – que deve sair ainda no primeiro semestre – e planos de divulgar o blues com mais intensidade pela região.
Rock N?Cerva, Velho Acústico, Capone Brothers, Leo Maier Trio (e Quarteto), Fernando Santos Quartet e Daian Schmitt são as seis bandas das quais participa alternadamente. Já tocou em formato voz e violão, mas diz que prefere fazer música em grupo.
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– Leo Maier é um exemplo de que duas palavras andam sempre juntas no meio musical: trabalho e talento. Acompanho a evolução dele desde os 17 anos. No primeiro ensaio da Rock n?Cerva, quando já demonstrava muita personalidade, sem medo nem vergonha de mostrar o que sabia, acho que todos tiveram a mesma impressão que eu: esse garoto vai longe – comenta Emerson “Bacca” Mainhardt, companheiro de banda.
Para o músico John Mueller, Leo tornou-se um dos grandes nomes da música no Vale do Itajaí:
– É um cara superesforçado, com um trabalho que tem uma identidade bastante forte. Acho que o Leo faz muito bem o som que propõe, que é o blues. Tiro o chapéu para o trabalho dele.