O anúncio de aposentadoria do conselheiro do Tribunal de Contas do Estado (TCE) Salomão Ribas Júnior, atual presidente da instituição, já começa a provocar movimentações na Assembleia Legislativa do Estado. O cargo é preenchido por indicação do Poder e os parlamentares, nos bastidores, se perguntam quem deve ficar com a vaga.

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Por enquanto há apenas um nome, o do deputado estadual tucano Dado Cherem. Extraoficialmente, por um rodízio de indicações dentro dos partidos da base governista, a vaga caberia ao PSDB. Oficialmente, a Assembleia nega e diz que o assunto só será discutido quando a vaga efetivamente ficar aberta.

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– É praxe da Casa só discutir esse assunto após a vaga efetivamente existir – alegou o presidente da Assembleia, deputado Joares Ponticelli (PP), afirmando que não houve nenhuma discussão interna sobre o tema.

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Nos bastidores, pessoas próximas ao deputado Dado confirmam o interesse, mas afirmam que ele só deve deixar de participar das eleições deste ano e se afastar da política (requisito para a indicação) se não houver uma disputa interna pela oportunidade de se tornar conselheiro do TCE.

Apesar de só o nome do deputado Dado Cherem ser ventilado, mais de um parlamentar confirmou que a vaga interessa a praticamente todos os integrantes da Casa.

Os nomes dos interessados devem ser apresentados a uma comissão temporária da AL. Qualquer um, em teoria, com idade maior que 35 anos, “idoneidade moral”, “reputação ilibada” e “notório saber” – critérios presentes, mas sem regras estabelecidas – pode se candidatar. Mas depois ocorrerá uma votação apenas entre os deputados para a escolha.

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.: Saída antecipada

Salomão deixa a presidência do TCE na próxima sexta-feira, dia 13. E no dia 18 será realizada uma eleição para eleger o novo presidente entre os conselheiros. O nome mais forte atualmente é do conselheiro Julio Garcia (ex-DEM e ex-deputado).

De acordo com Salomão, que também é ex-deputado, sua aposentadoria do cargo será no dia 1o de julho. Sai sete meses antes de sua aposentadoria compulsória, que ocorreria por completar 70 anos. E faz isso para assumir a presidência da Academia Catarinense de Letras.

– Um sonho antigo para ser uma espécie de coroamento de uma carreira intelectual que desenvolvi à parte – disse Salomão.

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Há quatro anos ele buscava essa oportunidade. Chegou a consultar o assunto com a assessoria do TCE, mas o parecer foi de que ele não poderia ser conselheiro e ter também essa presidência de uma entidade civil.

– Não quero queimar a língua. Sempre disse que não ficaria até o final e nem estou saindo tão antes assim. Mas agora não vão poder me cobrar – brincou o conselheiro.