A Mancha Verde entrou na avenida para fazer o desfile em homenagem aos 80 anos do dramaturgo Ariano Suassuna, com o samba-enredo “És Imortal. Ariano Suassuna, Sua Vida, Sua Obra, Patrimônio Cultural”. O desfile contou com cinco carros alegóricos e 3,6 mil participantes no Sambódromo. Paraibano, Suassuna é palmeirense em São Paulo e adorou a idéia de fazer parte da festa.

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Suassuna entrou na avenida no quinto carro da escola, que, segundo o presidente da Mancha Verde, Paulo Serdan, é uma homenagem à Academia Brasileira de Letras.

– Estou bastante tranqüilo e feliz com a homenagem – disse Suassuna.

Pouco antes do desfile, adiantou que está envolvido em um novo trabalho.

– O livro da minha vida – afirmou. – Sou bastante conhecido como dramaturgo, menos conhecido como romancista e quase desconhecido como poeta. Nesta obra, vou unir o romance, o teatro e a poesia.

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Ele não disse quando vai lançar o trabalho. Zélia, casada há 51 anos com o escritor, contou que ele estava numa grande expectativa com o desfile. O próprio presidente da escola já considerou uma vitória para a Mancha o fato de Suassuna, que não gosta de viajar de avião, ter vindo a São Paulo para participar do desfile. De acordo com Suassuna, a participação de grupos populares é maior em carnavais de rua, mas há também lugar para o carnaval organizado também, caso da apresentação de hoje.

A agremiação da Barra Funda nasceu em 1995 por iniciativa da torcida organizada do Palmeiras, que queria “participar de outra paixão nacional”, o carnaval. Hoje a escola independe da torcida, mas conta com ela na hora do desfile. No ano passado, a Mancha foi a única a competir pelo Grupo Especial Desportivo porque a Gaviões da Fiel, do Corinthians, desfilou pelo Grupo de Acesso.