O ministro Paulo Gallotti, da 6ª Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ), deve julgar amanhã o pedido de habeas corpus impetrado no último dia 1º pelos americanos Joseph Lepore e Jean Paul Paladino, pilotos do jato Legacy que se chocou com o Boeing da Gol em 29 de setembro de 2006. O acidente resultou na morte de 154 pessoas que estavam no vôo 1907. Eles pedem que sejam interrogados pela Justiça brasileira nos Estados Unidos, sob a alegação de que “não podem suportar o ônus” de vir ao Brasil. No pedido, os pilotos dizem que não se recusam a responder ao processo, mas que “não querem deixar o seio da família”.
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– Querem que um juiz brasileiro vá aos EUA e os interrogue. É um escárnio com a Justiça e com as famílias das vítimas – reclama Rosane Guhtjar, viúva de um dos mortos.
Na primeira audiência sobre o caso, em 27 de agosto do ano passado na Vara de Sinop, no Mato Grosso, os pilotos não compareceram sob a mesma alegação. Porém, um documento enviado pelo juiz Murilo Mendes aos réus, no dia 10 de julho, antes da audiência, esclarecia que o custo do processo seria assumido pela Justiça brasileira. O Departamento de Justiça dos EUA respondeu, em 10 de agosto, que havia recebido e traduzido o requerimento aos pilotos. Mesmo assim, eles não vieram ao país para depor e o juiz Murilo Mendes decidiu que eles seriam julgados à revelia. Os americanos estão recorrendo contra essa decisão e solicitam, mais uma vez, que sejam ouvidos em seu país.